Queer Porto 9: Documentário ‘Kenya’ vence competição que celebra a diversidade

Queer Porto 9: Documentário 'Kenya' vence competição que celebra a diversidade

Teve lugar na noite de ontem, às 21h30, a Sessão de Encerramento do Festival Internacional de Cinema Queer – Queer Porto 9, no Batalha Centro de Cinema. A noite trouxe momentos marcantes e anunciou os filmes vencedores da Competição Oficial e do Prémio Casa Comum. A nona edição deste aclamado festival de cinema não desapontou, oferecendo ao público uma visão do mundo queer e do poder transformador do cinema.

Competição Oficial: Celebrar a Diversidade e a Resistência

O grande vencedor da Competição Oficial foi “Kenya“, dirigido por Gisela Delgadillo, uma produção mexicana de 2022 que cativou o público e o júri do festival. O filme mergulha na vida das trabalhadoras do sexo mexicana, que encontram nas ruas não apenas um local de existência, mas também de resistência. “Kenya” oferece uma visão cuidadosa e sensível das vidas de mulheres trans, e cumpre os objetivos do festival ao lançar um olhar mais profundo sobre a realidade das comunidades queer. Além disso, o filme foi elogiado por sua capacidade de nos mobilizar para a transformação.

A Menção Especial na Competição Oficial foi concedida a “Carvão / Charcoal,” de Carolina Markowicz, uma coprodução do Brasil e da Argentina, que se destacou pela sua narrativa envolvente e pelas questões que aborda.

O Prémio do Público também foi concedido a “Kenya,” reafirmando o impacto que este filme teve sobre a audiência.

Prémio Casa Comum: Arte como Ativismo

No Prémio Casa Comum, o destaque foi para a curta-metragem nacional “Entre a Luz e o Nada“, dirigida por Joana de Sousa. Com apenas 20 minutos de duração, esta obra utiliza a ficção científica como veículo para explorar questões contemporâneas, incluindo vivências urbanas, questões de género, experiências psicotrópicas, saúde mental, família e sexualidade. A narrativa desta curta-metragem cativou o júri, transformando-a num registo pop queer atual, didático e acessível. A curta-metragem foi elogiada pela sua capacidade de articular o passado e o futuro, o global e o local, e se inscreveu na urgência retrofuturista da criação artística contemporânea, que sustenta um projeto concertado de ativismo/artivismo.

O Prémio do Público na categoria Casa Comum foi concedido a “Dildotectónica,” uma obra provocativa que desconstrói e questiona a sociedade falocêntrica e heterocisnormativa predominante.

Queer Porto 9: Reflexões e Impacto

A nona edição do Queer Porto foi marcada pelo seu novo local, o recentemente renovado Batalha Centro de Cinema. Esta mudança permitiu ao festival uma nova dinâmica na programação e organização das suas sessões e atividades. Ao longo do festival, o público teve a oportunidade de refletir sobre questões de migrações e fronteiras, além de explorar um amplo panorama das diferentes comunidades queer, em suas diversas geografias.

O festival contou com a presença de convidados especiais, incluindo a Sra. Secretária de Estado da Igualdade e Migrações, Isabel Almeida Rodrigues, e a renomada realizadora irlandesa Vivienne Dick, à qual o festival dedicou uma retrospetiva de enorme impacto junto do público.

Próxima Paragem: Queer Porto 10 em 2024

Com o encerramento bem-sucedido do Queer Porto 9, fãs do cinema queer já poderão fazer contagem decrescente para a próxima edição. A 10ª edição do Queer Porto está marcada para outubro de 2024 e promete continuar a celebrar a diversidade e a inovação no mundo do cinema queer.

O Queer Porto 9 proporcionou uma visão profunda e inspiradora das vidas, desafios e triunfos das comunidades queer e a celebrar a diversidade e a resistência através do poder transformador do cinema queer.

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