No discurso de abertura da assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, Manuel Clemente referiu-se ao tema da adopção de crianças por parte de casais do mesmo sexo que deverá voltar a ser debatido no Parlamento já no dia 19 de Novembro.
Trata-se, em suma, de salvaguardar a vida humana em todas as suas fases, da concepção à morte natural, da valorização da vida familiar e da educação dos filhos, com referência masculina e feminina de geração ou adopção. [Existe] uma grande desagregação sociocultural [que] atinge actualmente sociedades inteiras, ‘descartando’ indivíduos e grupos que ficam tragicamente esquecidos por uma globalização que os não considera nem inclui”.
Manuel Clemente, insiste assim num argumento que nos parece claramente contraditório (contradição essa a que já nos habituámos). Quando fala primeiro em ‘descartar’ indivíduos e grupos e depois nega o direito das crianças em terem uma família que lhes quer bem. Nega a essas crianças e às suas famílias, que já existem como famílias homoparentais e monoparentais – convém recordar que este é um ataque a todas as famílias que não sejam constituídas por pai, mãe e filhos – os direitos e o respeito que as restantes possuem. Porque, em termos de aprovação e que fique bem claro, não precisam elas da benção de um qualquer cardeal.
Fontes: Público e Unidade Pastoral (fotografia).