Angelita Correia, mulher brasileira trans, encontrada sem vida em Matosinhos

Foi encontrado o corpo de Angelita Correia, mulher trans de 31 anos, originária de Goiânia no Brasil e a viver no Porto desde 2016.

Angelita Correia, ‘personal trainer’ e instrutora de dança, estava dada como desaparecida desde da noite de 2 de janeiro e os seus pertences – bolsa, carteira com dinheiro, cartões bancários, bilhete de identidade, botas e meias foram encontrados por um surfista na praia de Matosinhos. Segundo o marido da vítima, o seu telemóvel não estava junto com os restantes pertences, um facto que considerou “muito misterioso“.

Suzana Alcântara contou que a irmã mudou-se para Portugal em 2016 onde casou em 2018. Morava na cidade de Matosinhos. No dia 1 de Janeiro saiu de casa e disse ao marido que ia até à casa de uma amiga.

À noite, vi uma notificação no Instagram dela fazendo uma live. Ela disse que estava sendo ameaçada, mas que não tinha medo. A minha sobrinha chegou a ligar para ela depois e contou que a Angelita estava muito nervosa, olhando para os lados e pedindo para ligar para o marido dela”, contou Suzana.

Depois disso, não foi mais vista.

A operação de resgate do corpo ocorreu no dia 11 pelas 17h na praia de Matosinhos e foi levada a cabo pela embarcação Salva Vidas, Duque da Ribeira do Instituto de Socorros a Náufragos de Leixões, que transportou o corpo até ao cais da marina de Leça da Palmeira, onde o mesmo aguarda perícias judiciais. O caso está entregue ao Ministério Público.

Importa, pois, apurar as causas que levaram a este trágico desfecho e recordar que a violência contra pessoas trans é um flagelo internacional que tem que ser devidamente combatido!


Linhas de Apoio e de Prevenção do Suicídio em Portugal

Linha LGBTI+ da ILGA Portugal
Quintas e sábados, das 20h às 23h
218 873 922
969 239 229

SOS Voz Amiga
(entre as 15h30 e as 00h30)
213 544 545
912 802 669
963 524 660

Linha de Prevenção do Suicídio
1411

Telefone da Amizade
(16h-23h)
228 323 535
jo@telefone-amizade.pt

Escutar – Voz de Apoio – Gaia
(21h-24h)
225 506 070

SOS Estudante
(20h00 à 1h00)
969 554 545
915 246 060
239 484 020

Vozes Amigas de Esperança
(20h00 às 23h00)
222 080 707

Centro Internet Segura
800 219 090


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Respostas de 4 a “Angelita Correia, mulher brasileira trans, encontrada sem vida em Matosinhos”

  1. […] corpo e dignidade a pessoas trans e não binárias, que tão ignoradas ou violentadas – como Angelita já este ano – são na sociedade Portuguesa. Parabéns à Marta e à […]

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  2. […] das presidenciais, a última antes da eleições. Discutimos também a morte ou assassinato de Angelita Correia, mulher trans, em Matosinhos e ainda temos tempo de dar os parabéns a Betty White e Michelle […]

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  3. […] pessoas trans continuam a ser as mais violentadas e discriminadas a nível mundial e em Portugal, muitas vezes com preconceitos assentes na misoginia, racismo e xenofobia. E a adição da letra I, das pessoas intersexo, é também ela para promover a visibilidade de […]

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  4. […] anos depois a violência de que a Gisberta foi alvo continua presente nas ruas do Porto, recordando a MOP que a comunidade trans continua largamente exposta à mesma marginalização, […]

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Deixe uma resposta para Carta Aberta a Pedro Nuno Santos: A luta LGBTI não é “individualismo”, é Pluralidade – esQrever Cancelar resposta

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