
Promovido pela Marcha do Orgulho LGBT no Porto (MOP) e no ano em que se assinalam 15 anos desde o assassinato de Gisberta Salce Júnior, surge um movimento cívico para que o seu nome seja atribuído a uma rua da cidade do Porto. É neste sentido que surge um abaixo-assinado, que poderá ser assinada por colectivos e por pessoas individuais, com a proposta e que será entregue à Comissão de Toponímia do Porto. A organização recorda que a proposta já acontecera no passado por diversas vezes, em diferentes contextos, embora estas nunca tenham sido consideradas pela Comissão.
A atribuição do nome de Gisberta Salce Júnior a um arruamento da cidade seria para a Organização “uma forma de a cidade não deixar esquecer este acontecimento. Pelo contrário“, reforça, “seria uma forma de o assumir. Não apenas como homenagem e memória de uma mulher a quem a cidade falhou. Mas, também, como compromisso para o futuro“.
15 anos depois a violência de que a Gisberta foi alvo continua presente nas ruas do Porto, recordando a MOP que a comunidade trans continua largamente exposta à mesma marginalização, preconceito e violência que entregam às ruas todas as pessoas que a cidade é incapaz de proteger e abrigar com a mesma dignidade a que qualquer ser humano tem direito.
As subscrições ao abaixo-assinado podem ser feitas até julho aqui: Abaixo-Assinado por um Porto que se lembre de Gisberta Salce Júnior.
A MOP anunciou igualmente que durante os próximos meses, a par desta ação, irá promover um ciclo de conversas e debates a que chamou “Se esta rua fosse minha”, onde irá discutir, abertamente e com quem se quiser juntar, os seus desejos para uma cidade que protege e celebra as suas pessoas.
Atualização 21 de março 2022:
Após várias tentativas de dar o nome de Gisberta a uma rua da cidade do Porto, com sete votos a favor e seis contra, o nome do ícone LGBTI entrou finalmente para a bolsa de nomes da comissão de toponímia da Câmara Municipal do Porto.
“O nome de Gisberta foi aprovado por sete votos contra seis”, contou Nuno Resende, historiador de arte e um dos novos membros da comissão, revelando que foi dos que votou a favor. O nome de Gisberta ficará agora em lista de espera para quando surja uma nova artéria na cidade. Nessa altura, deverá haver uma nova votação da comissão. Por isso, ainda vai demorar, porque há poucos arruamentos novos.
Joel Cleto, historiador e divulgador e também um novo membro da comissão mostrou-se satisfeito: “Entendo que o Porto é uma cidade solidária, das tripas, que sempre soube sofrer por valores liberais. Caracteriza-se mais por esses braços abertos do que pela intolerância e era importante demarcar-se do que aconteceu a Gisberta. É simbólico.”
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