Tom Hanks recorda o filme ‘Filadélfia’ e diz que hoje não faria o papel de um homem gay

Tom Hanks recorda o filme 'Filadélfia' e diz que hoje não faria o papel de um homem gay

Tom Hanks explicou esta semana como o advogado gay Andrew Beckett no filme de 1993 Filadélfia não poderia ser protagonizado da mesma forma hoje em dia. Filadélfia conta a história de um advogado de sucesso que é diagnosticado com SIDA e injustamente demitido de um prestigiado escritório de advocacia depois que um colega ver lesões reveladoras da sua condição clínica. Em resposta, Beckett resolve processar o seu ex-empregador por discriminação, juntando-se ao único advogado disposto a ajudá-lo: o preconceituoso Joe Miller, interpretado por Denzel Washington.

Tom Hanks era amplamente conhecido por seus papéis em comédias e filmes românticos. No entanto, tudo isso mudou depois de Filadélfia, um dos primeiros grandes filmes de Hollywood a abordar adequadamente questões como o VIH/SIDA e a homofobia. Pela sua interpretação como um homem gay com VIH, Hanks ganhou seu primeiro Oscar de Melhor Ator num Papel Principal, seguido pelo segundo alguns anos depois por Forrest Gump.

Quase 30 anos depois, Hanks não acha que ele ou qualquer colega ator heterossexual seria capaz de desempenhar o papel de Andrew Beckett hoje, e “com certeza“. Durante uma entrevista, Hanks falou sobre a sua personagem assumidamente gay no coração de Filadélfia. Com a mudança de mentalidade em Hollywood ao longo dos anos, o ator disse que o papel hoje deveria ser feito com mais autenticidade

“Não é um crime, não é boohoo

Um homem heterossexual poderia fazer o que eu fiz na Filadélfia hoje em dia?” Não, e com razão. O objetivo do filme Filadélfia era não mostrar medo. Uma das razões pelas quais as pessoas não tinham medo desse filme é que eu estava a interpretar um homem gay. Estamos além disso agora, e eu não acho que as pessoas aceitariam a falta de autenticidade de uma pessoa heterossexual a interpretar um homem gay. Não é um crime, não é boohoo que alguém exija mais de um filme no que toca à sua autenticidade.

Devido à mudança e avanço da cultura, tem havido um debate sobre se artistas que não pertençam à comunidade LGBTI+ devem ou não desempenhar papéis de lésbicas, gays, bissexuais, trans ou queer. Afinal de contas, a representatividade tem um impacto profundo na aceitação das comunidades minoritárias

O novo filme de Tom Hanks, Elvis, com realização de Baz Luhrmann, chegará aos cinemas a 23 de junho a Portugal e a 14 de julho no Brasil.

One comment

  1. A questão que percebo é ser raro no próprio Ator “hetero” se “dedicar” ao personagem sendo verossímil na interpretação! Não é raro ele incluir na cena a masturbacao para se mostrar excitado. Já assisti num filme um ator presumidamente bissexual que o ator que contracenava não se importava de ver o pênis do ator deitado pulsando ao sentir ele acariciando e beijando! Quando o contexto mudou e o suposto ator bi, penetrava o ator que o acariciou (fez o esquenta), deu de perceber que ele não imaginava que a penetracao seria tão verossímil e ai ali “no gravando” não restou ao suposto ator hetero parar de balancar as pernas e receber com carinho o personagem que ele interpretava e queria “receber” o namorado!

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