
Rui Moreira recusa novamente, com PSD, hastear a bandeira do Orgulho LGBTI+ no edifício Paços do Concelho no Porto. O Presidente da Câmara diz que assinalará Dia Nacional contra a Homofobia, Transfobia, Bifobia e Interfobia com bandeira hasteada num mastro em frente ao edifício.
Enquanto em 2022, a autarquia justificou a decisão por não ter “como prática hastear bandeiras, para além das protocolares”, este ano Moreira não justificou a sua opção, mas acusou o Bloco de Esquerda de querer “partidarizar uma causa da sociedade civil”.
Para os bloquistas, a autarquia deveria reforçar o seu compromisso, hasteando a bandeira “por iniciativa própria, no edifício”, afirmou a vereadora Maria Manuel Rola. “Se foi possível, e bem, iluminar o edifício dos Paços do Concelho [em solidariedade com o povo ucraniano], ou colocar pendões de luto quanto à rainha de Inglaterra, parece-nos que tem de ser possível também [celebrar] outras situações”, explicou.
Por sua vez, Maria João Castro, vereadora socialista, sublinhou que a proposta do BE não era “incompatível” com a iniciativa da autarquia e recordou a “força” de actos simbólicos. Também Ilda Figueiredo, da CDU, defendeu que ambas as propostas não eram incompatíveis.
Já Mariana Macedo, do PSD, quis associar-se à celebração do dia e apelar à aceitação da comunidade LGBTQIA+, mas mostrou prudência em hastear bandeiras no edifício por temer a multiplicação de causas a querer fazê-lo. E deu precisamente o exemplo da Câmara Municipal de Lisboa, em que Carlos Moedas tentou que a bandeira trans não fosse hasteada nos Paços do Concelho no Dia da Visibilidade Trans. A posição do Presidente da capital foi contrariada pela proposta dos vereadores do Cidadãos por Lisboa e subscrita pelos do PS, BE, Livre e PCP.