É certo que de tempos a tempos surgem notícias pitorescas que não passam de, em alguns casos, de aberrações no fluxo diário do jornalismo mais ou menos sério. Ora, no Observador podemos ler:
Na Califórnia, um advogado está decidido a legalizar a execução de cidadãos homossexuais e garante que nada o fará parar de levar a ideia avante. A medida iria castigar “todos aqueles que tocam deliberadamente outra pessoa do mesmo género para fins de gratificação sexual”. Para o advogado, isto seria melhor do que “sermos todos mortos pela justa ira de Deus”.
Isto significa que o castigo seria também aplicado a todos aqueles que apoiam os direitos dos homossexuais: desde uma multa de mais de 730 mil euros até dez anos de prisão e expulsão do estado. E “ser sodomita” ou apoiar a sua propaganda impediria que se trabalhasse no serviço público ou se retiras vantagens dele.
Matt McLaughlin já preencheu os papéis necessários para fazer valer a sua proposta. A iniciativa chama-se “Lei da Supressão Sodomita” e aguarda revisão da procuradora-geral, Kamala Harris, que parece não ter autoridade para bloqueá-la. Mas a proposta de matar pessoas com base na sua orientação sexual pode não chegar a ser votada, porque o Supremo Tribunal tem capacidade para findar as medidas que violam a constituição estatal.
Tudo isto soa a um discurso de um fanático religioso que este advogado norte-americano claramente é. Não deixa de ser uma enorme patetice que uma pessoa, que usufrui de todas as regalias e direitos de um país como os Estados Unidos da América, venha exigir que se tomem medidas extremas contra um grupo de pessoas e seus apoiantes ao estilo do auto-proclamado Estado Islâmico. Ainda para mais, com os apoios certos, consegue ir avante com esta proposta que terá, por lei, de ser avaliada. Parece-me um claro abuso de liberdade e espero que, tal como escrito na notícia, o Supremo Tribunal termine e bloqueie desde logo esta ofensa a um estado de direito.
Dito isto, fica a frustração em saber que alguém, ainda por cima um advogado com responsabilidades na área legal, se foca tanto numa causa que apenas prejudica outrem. Investíssemos todos nós mais tempo das nossas vidas a Amar do que a espalhar ódio e já era meio caminho andado!
Podem ler a proposta aqui [pdf em Inglês].
Nota: Obrigado ao Filipe pela partilha da notícia 🙂