Queer Lisboa: Ciclo “Are You For Real?” Na Cinemateca

No primeiro sábado de Julho, dia 4, e prolongando-se até dia onze, chega à Cinemateca Portuguesa o ciclo “Are You For Real?“. Organizado pelo Festival de Cinema Queer Lisboa e AFRICA.CONT/CML, o ciclo traz a Lisboa catorze obras do blaxploitation, movimento cinematográfico norte-americano que surgiu na década de 1970 e onde os protagonistas, realizadores e músicos dos filmes eram negros. Muitas dessas obras tornaram-se filmes de culto e ficam com este ciclo acessíveis a todos os que as desejem ver e compreender a origem.

Diz-nos a organização:

O AFRICA.CONT/CML e a Associação Cultural Janela Indiscreta, responsável pelo festival de cinema Queer Lisboa, levam até à Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, à Galeria Zé dos Bois, ao c.e.m. – centro em movimento e ao Fontória Blues Caffee o ciclo “Are you for real?” Uma viagem Afrofuturista do Blaxploitation às Utopias Queer Visuais e Sonoras, com a apresentação de filmes, instalações, performances, workshops de voguing, de um livro e a presença de convidados internacionais. De 4 a 11 de julho este ciclo, com curadoria de Pedro Marum e Ricke Merighi, pretende olhar para o movimento cinematográfico blaxploitation e para a estética e filosofia afrofuturista, que teve no músico Sun Ra (1914-1993) um dos seus expoentes máximos, sob uma perspetiva queer, explorando questões ligadas à raça, género e sexualidade.

Em grande destaque estará a obra do cineasta britânico Isaac Julien (serão exibidos cinco filmes da sua filmografia). Com uma obra que cruza diversas disciplinas artísticas, tendo ainda este ano marcado presença na 56.ª Bienal de Veneza, serão recuperados vários títulos do artista britânico, entre eles BaadAsssss Cinema (2002), documentário que explora o movimento blaxploitation, a sua influência e repercussões políticas.

1.BAADASSSSS Cinema queer lisboa LGBT

Sendo este um ciclo que aborda as subculturas negras no contexto anglófono, o documentário de culto Paris is Burning (1990), que passará na Noite de Encerramento, a 11 de julho, acaba por ir ao encontro das questões que este programa também procura explorar. O filme de Jennie Livingston, rodado em finais dos anos 1980, examina os meios pelos quais uma comunidade de gays e transgéneros “negros” e “latinos” nova-iorquinos encontram e constroem sustento, criatividade e famílias, fazendo uma análise da cultura em volta dos salões de dança que constitui um complexo ensaio sobre classe, raça e identidade, bem como sobre os poderes de transformação da dança e da performance.

Paris is Burning retrata uma subcultura da moda nova-iorquina. Rodado em finais dos anos 1980, o filme examina os meios pelos quais uma comunidade de gays e transgéneros “negros” e “latinos” nova-iorquinos encontram e constroem sustento, criatividade e famílias. O filme constitui um complexo ensaio sobre classe, raça e identidade, bem como sobre os poderes de transformação da dança e da performance.A programação de cinema completa pode ser consultada aqui e horários e eventos paralelos podem ser consultados aqui.

Fonte: Queer Lisboa.

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