Em plena Terça-feira, dia 03 de Março do presente ano, a Eslovénia aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Com cinquenta e um votos a favor, vinte e oito contra e cinco abstenções tornando-se assim o primeiro país da Europa de Leste e o décimo primeiro país da União Europeia a conquistar tal feito. Já a sua vizinha Croácia, pouco mais de um ano antes, viu este avanço barrado em referendo, com cerca de 66% de votos contra o casamento por pessoas do mesmo sexo.
Contudo, três anos antes desta data vitoriosa para os direitos LGBT na Eslovénia, no ano de 2012, os eslovenos recusaram, tal como a Croácia, em referendo, o avançar da legislação com 55% dos votos contra, apesar da fraca adesão às urnas.
Voltando ao dia 03 de Março, aquando do voto no parlamento de Ljubljana, cerca de duas mil pessoas reuniram-se manifestando o seu repúdio e ameaçando com uma petição, para a qual necessitariam de 40.000 assinaturas, para organizar um novo referendo e assim impedir o avanço da nova legislação.
Em resposta, o próprio Parlamento, ainda no mês de Março, criou uma lei que proibia a convocação de um referendo sobre a lei do casamento por pessoas do mesmo sexo justificando de forma sensata que um novo referendo seria homofóbico e abriria a porta para a discriminação pela orientação sexual (algum bom senso político!).
No entanto, dois cidadãos (e desculpem-me o aparte, mas não tenho a certeza se os deva chamar de cidadãos) apresentaram um recurso contra esta decisão, após terem reunido em tempo recorde as 40.000 assinaturas referidas anteriormente e assim, no dia 22 de Outubro (7 meses depois) o Tribunal Constitucional revogou esta mesma lei criada em Março.
Tudo isto levou a que no passado dia 15 de Dezembro os eslovenos voltassem às urnas, com um novo referendo, que põe em conta e risco o direito à igualdade no casamento. Os resultados preliminares serão apresentados amanhã, dia 20.

Já a Grécia, no próximo dia 22, terá a oportunidade de finalmente alargar as uniões civis aos casais do mesmo sexo. Contudo, e como esperado, já é muita a poeira levantada. Desta vez por alguns responsáveis pela igreja ortodoxa, principalmente representada pelo bispo Ambrosios, que proclamou (vomitou) declarações polémicas e extremistas contra os homossexuais e os próprios deputados que votarão a favor da nova legislação. Entendam-se por declarações polémicas e extremistas o seguinte:
Cuspam neles! Desprezem-nos! Votem contra eles! Eles não são humanos! Eles são aberrações da natureza! Mental e espiritualmente doentes! Estão mentalmente loucos…não hesitem! Sempre que os vejam, cuspam neles! Não os deixem em paz! Eles são perigosos!
Esperemos que, apesar da pressão e do papel importante que esta igreja tem sobre o estado grego, não seja suficiente para levar o poder político a esquecer-se do memorando com a explicação da proposta de lei que enfatiza a necessidade do reconhecimento oficial aos casais do mesmo sexo, baseando-se nos princípios da igualdade entre cidadãos e o respeito pela diversidade, tal como a Constituição grega e a Convenção Europeia sobre Direitos Humanos estipulam.
E no meio de tudo isto não nos podemos esquecer que o casamento entre pessoas do mesmo sexo continua a ser ilegal em países europeus como a Áustria, a Alemanha ou a Suíça.
Fontes: Euronews, Expresso, Exame, Human Rights Watch, BuzzFeed, infoGrécia.
Actualização:
Segundo as informações preliminares da votação, a Eslovénia acaba de ver todo o trabalho político e governativo a retroceder porque o povo (sim, essa massa global que normalmente tem todo o poder) decidiu revogar a lei a favor do casamento entre pessoas do mesmo.
Afinal, nem sempre se anda e olha em frente. É triste pensar que isto efectivamente aconteceu, aliás está a acontecer. E é frustrante, sim a palavra certa é frustrante, termos países e sociedades em que o povo quer avanços e os membros governativos não o permitem (a maioria dos casos que conheço). E na Eslovénia, ali bem a Leste, um “ex”emplo a seguir pelos países vizinhos, o povo decide retroceder.
Segundo as informações preliminares da votação, a Eslovénia acaba de ver, todo o trabalho político e governativo a retroceder porque o povo (sim, essa massa global que normalmente tem todo o poder) decidiu revogar a lei a favor do casamento entre pessoas do mesmo.
Afinal, nem sempre se anda e olha em frente. É triste pensar que isto efetivamente aconteceu, aliás está a acontecer.
E é frustrante, sim a palavra certa é frustrante, termos países e sociedades em que o povo quer avanços e os membros governativos não o permitem(a maioria dos casos que conheço). E na Eslovénia, ali bem a Leste, um “ex”emplo a seguir pelos países vizinhos, o povo decide retroceder.
The most effective aspect of the Tornado app is that A) this’s complimentary as well as B) you can easily overlay valuable layers over the radar dome records.