Ativistas pela Libertação dos Gays Tchétchenos Detidos em Moscovo

Mais um episódio deplorável na manifestação dos direitos dos homossexuais detidos em campos de concentração barbáricos na Tchetchénia. Ontem, enquanto tentavam entregar uma petição pela investigação oficial desses mesmos campos de concentração, cinco ativistas – russos e europeus – foram detidos pela polícia russa em Moscovo.

A petição, encabeçada por uma série de grupos ativistas russos e organizações como AllOut, Avaaz e Change.Org, reunia já 2 milhões de assinaturas conjuntas. Por se considerar esta entrega da petição, simbolizada por caixas vazias a exigir a libertação dos tchechenos, um protesto não sancionado os ativistas foram levados pela polícia numa carrinha.

Ainda o mês passado, o governo de Vladimir Putin afirmou estar a seguir as alegações dos grupos ativistas russos e que estas poderiam não ser credíveis. Não estranhamente, até o nosso próprio Partido Comunista Português achou o mesmo quando se absteve num voto de condenação à Rússia devido a este tratamento medieval das pessoas LGBT.

Verdadeiramente bizarra – ou não – é falta de visibilidade que esta notícia está a receber, mesmo por parte dos sites de notícias e direitos LGBT. Aliás, a única notícia, recebida verdadeiramente como tal, foi a da primeira denúncia. Tudo o resto parece querer passar ao lado. Dos jornais, dos noticiários, do público em geral que, provavelmente,  pensa já ter sido tudo esclarecido. No meio de manifestações e gritos de socorro parece ficar, tragicamente, um eco de silêncio. De invisibilidade daqueles que continuam a precisar desesperadamente de que o Mundo continue a olhar para eles e ficar enraivecido com esta violação atroz dos direitos humanos. E que não passe para o próximo tópico quente seguinte como se de algo descartável fosse.

Fonte: Reuters