Na Coreia do Sul Decorre Uma Perseguição A Militares Homossexuais

A Amnistia Internacional chamou a atenção para o que tem estado a ocorrer na Coreia do Sul: uma “intolerante perseguição para erradicar homossexuais” dos serviços militares do país.

Esta perseguição teve início em abril quando o general Jang Jun-kyu, chefe do exército da Coreia do Sul, pediu a identificação do pessoal militar homossexual. Foi então criada uma lista com 40 a 50 nomes. Aqueles identificados enfrentam possíveis castigos ao abrigo do Ato Criminal Militar 92 que proíbe, especificamente, membros do exército de terem atividade sexual consensual com pessoas do mesmo sexo. As penas podem ir até aos 2 anos na prisão.

O serviço militar é obrigatório para todos os homens na Coreia do Sul e os homossexuais enfrentam enormes dificuldades no cumprimento de suas obrigações militares, sem violência, bullying ou abuso verbal.

Os investigadores coreanos visitaram em março um sargento – agora entrevistado pela CNN -, dizendo-lhe que sabiam que era homossexual e que o seu antigo parceiro já tinha admitido os seus “crimes”. Fizeram-lhe perguntas profundas e explícitas, deixando-o “desconfortável e humilhado“.

A atmosfera foi muito opressiva e humilhante“, disse ele. “Estava assustado.”

A investigação começou depois de um vídeo ser partilhado por várias redes sociais onde dois homens soldados tinham contacto sexual. Desde então, e de acordo com grupos de defesa dos direitos humanos e meios de comunicação locais, pelo menos 32 soldados foram acusados.

O exército da Coreia do Sul e o ministério da defesa declinaram os vários pedidos de entrevista da CNN e encaminharam para uma declaração de abril:

Para manter a comunidade militar saudável e dada a natureza especial da disciplina militar, as relações sexuais com soldados do mesmo sexo são punidas como “uma conduta vergonhosa” de acordo com a lei militar.

A lei considera assim as relações homossexuais entre soldados semelhante ao abuso sexual. Um militar condenado em abril recebeu uma pena de prisão suspensa de seis meses.

Apesar da imagem de modernidade, o governo sul-coreano tarda em respeitar e proteger a igualdade dos direitos das pessoas LGBTI. O Comité dos Direitos Humanos da ONU mencionou o discurso contínuo e generalizado de violência e ódio contra indivíduos LGBTI no país.

 

Fontes: Amnistia Internacional, CNN e Imagem.

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