2º encontro ‘O homem promotor da igualdade’: “Estereótipos de género e masculinidade tóxica afetam pessoas LGBTI”

HOMO PROMOTOR DA IGUALDADE QUEBRAR O SILÊNCIO

É preciso refletirmos sobre que modo as ditas “caixinhas” de género, os estereótipos, preconceitos e as “normatividades” limitam a liberdade das pessoas” – Ângelo Fernandes.

É no sentido de aprofundar esta reflexão que a Quebrar o Silêncio apresentou hoje a 2º edição do encontro “O homem promotor da igualdade — homens e mulheres lado a lado pela igualdade de género”, que irá realizar-se a 15, 16 e 17 de novembro no ISCTE-IUL, em Lisboa. Para 2018, o evento terá como eixos centrais a interseccionalidade e os direitos das pessoas LGBTI, além do tema central que é a promoção de novas masculinidades e a promoção do papel do homem na igualdade de género.

Ângelo Fernandes, fundador da Quebrar o Silêncio que organiza o encontro, refere que se pretende com este evento “promover masculinidades cuidadoras e transformativas“, tal como “refletir de que modo o homem pode contribuir para uma sociedade onde os direitos e oportunidades sejam iguais entre homens e mulheres.

Para melhor entender a que se propõe alcançar este 2º encontro, duas questões:

Quais os desafios que têm encontrado ao passar a mensagem da importância do feminismo na sociedade a rapazes e homens?

Encontramos vários desafios quando debatemos igualdade de género e feminismos. Atualmente parece haver uma associação negativa e depreciativa quando se discute feminismos e não parece haver uma mensagem clara sobre o que estes movimentos lutam e que sempre lutaram. Por exemplo, quando falamos de violência sexual é fundamental reconhecer que foram as mulheres feministas que trouxeram estes temas para a discussão pública e agenda pública. Sem estas conquistas femininas, hoje não teríamos um contexto que começa a reconhecer, cada vez mais, a necessidade de haver apoio para homens sobreviventes de violência sexual. E como este, podíamos falar de vários outros temas que tiveram a mesma génese.

É fundamental envolver os rapazes e homens quando falamos de direitos humanos, igualdade de género e feminismos. Não conseguiremos alcançar uma sociedade onde haja igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres, sem termos homens e rapazes como aliados. Por isso, há muito trabalho a fazer no que toca à educação e cidadania. É necessário educar os rapazes desde cedo para a igualdade, fazendo com que os mesmos tenham uma participação ativa e positiva nesta caminhada. Mas precisamos de começar logo desde cedo a apostar numa educação que promova valores de cidadania que vão ao encontro da inclusão e aceitação de todas as pessoas.

É mais fácil fazer essa ponte com a população LGBTI, um dos focos do encontro?

Talvez seja mais fácil criar a ponte com a população LGBTI, por ser um grupo que reúne características que possam ser alvo de discriminação, assédio, bullying e violência. Ou seja, há paralelos entre várias matérias e há também questões que são estruturais e comuns a diferentes pessoas e grupos. Quando falamos de estereótipos de género, valores tóxicos da masculinidade, são tudo questões que afetam não só as mulheres e raparigas, rapazes e homens (numa visão cis e heteronormativa), como pessoas LGBTI e outros grupos que “fujam” à rígidas normas sociais. É preciso refletirmos sobre que modo as ditas “caixinhas” de género, os estereótipos, preconceitos e as “normatividades” limitam a liberdade das pessoas e constituem um obstáculo para a liberdade, direitos e igualdade de género.

 

A edição de 2018 conta com o apoio da Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Drª Rosa Monteiro e do BNP Paribas.  O programa conta com várias presenças internacionais como Gary Barker (EUA), Duncan Craig (UK), Asdis Olafsdottir (Bélgica) ou Hjálmar Sigmarsson (Islândia) e seis painéis diferentes.

Tal como na primeira edição, as inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do site http://promotoresdaigualdade.pt. Podem igualmente seguir o evento no Facebook.

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Fonte: Imagem por Picsea.

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