
Diante de agressões e insultos homofóbicos, o mundo do desporto tem lutado, também em Portugal pelo Estoril Praia e pelo Benfica, para quebrar este tabu. Apesar do passo lento, entidades internacionais têm-se mobilizado para que a causa avance. Ponto a ponto. Neste sábado, a revista francesa L’Equipe irá fazer a sua parte e publicar uma edição especial para combater a homofobia no desporto.
O desporto tem o poder de erguer ícones que abrem portas ao Orgulho e fecham bocas ao preconceito. Como tal, o exemplo precisa de vir também de cima. Não será mero acaso que nenhum jogador de futebol ainda no ativo num grande campeonato se atreva a falar sobre a sua homossexualidade.
Para a edição deste número, a revista contou com a participação de vários nomes, nomeadamente a do pioneiro jogador de rugby Gareth Thomas que fez o seu coming out em 2009 e sofreu lamentavelmente uma agressão homofóbica no ano passado. Já Cédric Le Gallo, diretor do filme Shrimp Prawns, podemos ver no beijo da capa [acima]. Através dele permite-se dizer, graças a uma bela foto, que este gesto de amor não deve chocar e que a homofobia é uma ofensa criminal tanto na rua como nas piscinas olímpicas.
Também nesta edição especial podemos ver o jogador de vólei brasileiro Michael dos Santos, exilado de um país onde 420 assassinatos homofóbicos foram cometidos em 2018. Importa recordar pois que em 72 nações do mundo abraçar a pessoa que amamos é crime e em oito delas é inclusive punível com a pena de morte. Esta revista é também para estas vítimas.
E depois há também Laurence Manfredi, cuja entrevista reflete sobre a importância do desporto na cimentação da identidade pessoal de cada desportista. “Através do desporto, as pessoas estão a revelar-se, incluindo a sua orientação sexual“, explicou.
Esta revista enche-se de esperança, com diversas histórias de tolerância e ajuda mútua. Estas são voz que importam ouvir, caminhos que importam percorrer. Portugal já deu, por fim, os primeiros passos no que toca ao combate da homofobia no desporto e ao orgulho de atletas e fãs, continuamos caminho?
Fonte: L’Équipe.