Teatro: “Mário – a história de um bailarino no Estado Novo”

“O estado Novo dizia que não havia homossexuais, mas perseguia-os”, eis a história de Mário, em cena no Cinema São Jorge em Lisboa, de 8 de agosto a 1 de setembro.

O autor e encenador Fernando Heitor disse que o mesmo é «uma história ficcionada a partir duma notícia do jornal Público de 17 de julho de 2009, “O estado Novo dizia que não havia homossexuais, mas perseguia-os” – onde se aborda a “história” do bailarino Valentim de Barros. A única semelhança do Mário com o Valentim Barros é o facto de ambos terem sido bailarinos e internados no Hospital Miguel Bombarda para os “curarem da homossexualidade”, mas os seus percursos de vida foram muito diferentes. Este texto”, continua, “foi-me encomendado pela São José Lapa que pretendia encená-lo com interpretação do Afonso Guerreiro – infelizmente não lhe foi possível, a falta de apoio da DGartes gorou as suas intenções. Agradeço imenso aos dois o convite que me fizeram, sem ele nunca teria pensado em escrever este texto. E só pensei encená-lo depois do entusiasmo mostrado pelo Flávio Gil ao lê-lo.» 

Ainda sobre o processo de produção e encenação do espectáculo, Fernando Heitor disse que “pela primeira vez participo na montagem duma peça de teatro sem haver nenhum dinheiro, nem público, nem privado, para investir na mesma.” Para tal, foi formada uma equipa “muito pequena e entusiasta” constituída por Carlos Prado, responsável pelo movimento, postura e atitude do Mário enquanto bailarino; João Paulo Soares, director musical; o espectáculo tem banda sonora e o Mário também canta, é ainda o director de produção e o seu próprio secretário; Flávio Gil, o actor e primeiro a entusiasmar-se com a ideia dum possível espectáculo; José Álvaro Correia, responsável pelo o desenho de luz, fotografias e vídeos de promoção; e o próprio Fernando Heitor que escreveu o texto e encenou a peça. ““Inventei” um cenário e um guarda-roupa de coisas oferecidas e emprestadas. E também vou tirando algumas fotos.

Mário – a história de um bailarino no Estado Novo, da autoria e encenação de Fernando Heitor e com interpretação de Flávio Gil. O espectáculo vai estar em cena na sala 2 do Cinema São Jorge em Lisboa, de 8 de Agosto a 1 de Setembro, com 5 sessões por semana: quintas, sextas e domingos às 19h00 e sábados (2 sessões) 19h00 e 22h00.


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