Homossexualidade e resistência no Estado Novo: livro pretende “resgatar memórias «fracas», subterrâneas, escondidas e interditas”

No dia 16 de novembro, será apresentado o livro “Homossexualidade e Resistência no Estado Novo“, investigação que cruza uma recolha exaustiva de testemunhos reais a um sólido trabalho científico, aborda-se a visão da homossexualidade durante o salazarismo. Numa síntese perfeita de História e Antropologia, visitamos o Estado Novo nos seus parâmetros estatais, a partir de três eixos centrais e que fazem o seu fundo científico: a diferença de tratamento devido à classe social; o eixo do não-dito, e a visão da sexualidade a partir da referência do masculino.

Diz, Raquel Afonso, a autora do livro:

Este é um estudo que pretende ligar a investigação académica à sociedade e aos movimentos cívicos. Este é um livro de memórias. Procurou-se dar voz a quem não conseguia expressar-se. Procurou-se compreender uma parte da Ditadura que tem sido muitas vezes relegada para a sombra. Aqui, procurou-se desconstruir um tempo pretérito, do qual pouco se sabe e pouco se fala em Portugal. Não porque se queira ficar «agarrado» à história, porque há futuro, mas porque é necessário conhecer o que está para trás para se poder caminhar para a frente.

O prefácio é assinado por Paula Godinho, docente de Antropologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e investigadora do Instituto de História Contemporânea. Diz o prefácio:

Resgatar as memórias «fracas», não oficiais, subterrâneas, escondidas, interditas, no sentido que lhes atribui Enzo Traverso, é um dos objectivos conseguidos neste livro.

Fonte: IHC.