
ATUALIZAÇÃO: A IAVI e Scripps juntaram-se agora à farmacêutica Moderna para a produção desta vacina. Os cientistas continuam a avançar nos ensaios clínicos de fase I, na Universidade George Washington , com pessoas dos 18 aos 50 anos. A tecnologia usada de RNA mensageiro, semelhante à do COVID19, permitirá a introdução de uma proteína (eOD-GT8 60mer) que irá estimular células do sistema imunitário a produzir anticorpos que vão reconhecer o vírus do VIH, nas suas várias mutações.
Uma nova vacina desenvolvida para combater o VIH está a revelar-se altamente eficaz em ensaios clínicos. As duas empresas de biotecnologia IAVI e Scripps Research, cujos laboratórios estão a testar a vacina reportam uma eficácia de 97 % dos participantes em produzirem anticorpos múltiplos contra a vacina. Os investigadores, fundados pela Bill & Melinda Gates Foundation através da Collaboration for AIDS Vaccine Discovery, conseguiram este feito sem precedentes alvejando os linfócitos B virgens ou naïve, células de defesa que nunca encontraram partículas estranhas, ou antigénios, que mais tarde serão reconhecidos por um anticorpo produzido pelo sistema imunitário.
Esta tecnologia envolve o reconhecimento de células desta linhagem germinal na medula óssea e induzir a produção de anticorpos de neutralização de largo espectro (bnAbs). Estes anticorpos são considerados o «Santo Graal» da investigação do VIH, dado que é um vírus cujos antigénios sofrem várias e rápidas mutações durante a sua replicação nas células humanas, tornando-se muito difícil de eliminar totalmente. A medicação usada atualmente no combate ao VIH visa impedir que o vírus se replique e permite que se mantenha a níveis indetetáveis, ou seja, impedindo eficazmente a pessoa com VIH de o transmitir a outra pessoa. Mas com a vacina a ser desenvolvida podemos ter finalmente uma terapia que elimine por completo o vírus.
«Este estudo demonstra a prova de princípio para uma nova vacina contra o VIH, com um conceito tecnológico que pode ser aplicado a outros patogéneos (como a gripe, hepatite C e malária)», diz o professor William Schief, imunologista na Scripps Research e diretor executivo da IAVI. Os investigadores vão agora colaborar com a Moderna para desenvolver uma nova versão desta vacina, usando a mesma tecnologia de RNA mensageiro que está a ser usada contra a COVID-19 por essa empresa, para potenciar os efeitos positivos para esta vacina contra o VIH. Resultados – que ainda aguardam publicação com revisão de pares – muito, muito promissores.
Fonte: Scripps Research
Nota: Texto revisto pela Ana Teresa.

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