Embora tenha havido avanços nos direitos das lésbicas em alguns países desde que a sigla LGBTI ganhou popularidade nos anos 90, como a igualdade no matrimónio, acesso à inseminação medicamente assistida ou proteção contra discriminação — as lutas de comunidades e pessoas lésbicas persistem em 2021 e fazem parte do dia-a-dia das mulheres cis, trans e intersexo. Essas lutas impactam notavelmente as comunidades lésbicas mais marginalizadas.
Os dados são uma ferramenta de conhecimento e um motor para a mudança. É nesse sentido que a EL*C, a Conferência Eurocentralasiática de Lésbicas*, apresentou recentemente uma análise de género às Nações Unidas, onde observou que há uma lacuna significativa na pesquisa sobre lésbicas como resultado das complexas relações entre misoginia, sexismo e homofobia.
As comunidades lésbicas são muito diversas e se há lutas comuns, outras afetam especialmente algumas comunidades. A ILGA Europe recolheu alguns dos factos mais marcantes da pesquisa LGBTI da Agência de Direitos Fundamentais (FRA) realizada em 2019 e publicada em 2020, sobre mulheres lésbicas na União Europeia:
51% das entrevistadas lésbicas disseram que evitam dar as mãos em público
Mulheres lésbicas evitam dar as mãos em público com a sua companheira, namorada ou esposa por medo de serem agredidas, ameaçadas ou assediadas.
27% das mulheres lésbicas sofreram assédio verbal presencial por serem LGBTI nos últimos 12 meses
Quase uma em cada três mulheres lésbicas na União Europeia foi insultada ou intimidada presencialmente por ser quem é. Além disto, há que ter em conta ainda o assédio online.
19% das mulheres lésbicas já passaram por dificuldades de habitação
Uma em cada cinco mulheres lésbicas terá dificuldades de habitação durante a sua vida. A discriminação é transversal a todas as áreas da vida, inclusive quando se trata de direitos básicos que permitem dignidade, saúde e segurança.
Mais números na União Europeia:
- 10% das mulheres lésbicas sofreram um ataque físico ou sexual nos últimos cinco anos por serem LBTI.
- 16% das mulheres lésbicas sofreram discriminação nos últimos 12 meses nos serviços de saúde ou sociais.
- 20% das mulheres lésbicas sofreram discriminação no trabalho nos últimos 12 meses.
- 21% das mulheres lésbicas raramente se assumem LBTI.
- 33% das mulheres lésbicas que sofreram assédio não relataram o último incidente à polícia porque achavam que não fariam ou poderiam fazer nada.
- 36% das mulheres lésbicas foram ridicularizadas, provocadas, insultadas ou ameaçadas por serem LBTI na escola.
- 75% das mulheres lésbicas disseram que quem cometeu o seu último ataque sexual físico por serem LBTI era do sexo masculino.
Estes dados servem precisamente para que políticas sociais sejam implementadas de forma a proteger a população lésbica dentro do espaço europeu. Para tal, a visibilidade é um dos pontos mais fortes que reforça as vidas, as experiências e o valor destas pessoas. Porque a Visibilidade Lésbica faz sentido todos os dias!

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