Samuel Luiz Muñiz, auxiliar de enfermagem de 24 anos, nasceu no Brasil e foi viver para Espanha com apenas um ano de idade. Tinha saído à noite com amiga e estaria numa pausa para fumar e fazer um telefonema quando levou um soco de um homem que, após abandonar o espaço e aproveitando a confusão do primeiro ataque, retornou com grupo de 12 pessoas que espancou o jovem pertencente à comunidade LGBTI. Luiz não resistiu aos ferimentos. “Foi um ato selvagem e cruel… Espanha não vai tolerar isto“, disse Pedro Sánchez, Presidente do Governo Espanhol.
Segundo a amiga que o acompanhava na madrugada de sábado, Luiz foi atacado inicialmente por um homem que estava com uma mulher, e que deu um soco no brasileiro por pensar que estava a ser filmado pelo mesmo. Luiz explicou que se tratava apenas de uma videochamada, mas nem isso impediu que fosse atacado. Testemunhas garantem que o agressor dirigiu-se exclusivamente a Samuel, aos gritos: “Ou paras de gravar ou mato-te, maricas!”. A vítima ainda lhe terá respondido: “Porquê, maricas?”. Após o primeiro soco, o agressor abandonou o local, mas regressou com um grupo de que espancou Luiz até à morte.
“Justiça para Samuel. Homofobia e fascismo são o mesmo“, dizia a gigantesca faixa carregada por manifestantes, que iniciaram uma marcha na passada segunda-feira à noite na famosa Puerta del Sol em Madrid.
“Não são espancamentos, são assassinatos“, gritou a multidão. Faixas exibiam frases como “Acabem com a homofobia“, “Tudo o que me importa é viver” e “Eles estão a matar-nos” foram ouvidas na praça madrilena.
74 manifestações foram convocadas em toda a Galiza esta segunda-feira para exigir justiça por Samuel Muñiz:
Na segunda-feira, o ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, indicou que até o momento ninguém fora detido e que “nenhuma hipótese está excluída, nem o crime de ódio, nem qualquer outro“.
“Espero que a investigação da polícia em breve encontre os autores do assassinato de Samuel e esclareça os factos. Foi um ato selvagem e cruel. Não vamos dar um passo atrás nos direitos e liberdades. Espanha não vai tolerar isso“, declarou o Presidente do Governo Espanhol, Pedro Sánchez.
Atualização 7 de julho:
A polícia nacional anunciou a detenção de três pessoas suspeitas do homicídio de Samuel, dois homens e uma mulher, na Corunha. Têm entre 20 e 25 anos.

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Na segunda-feira houve 74 manifestações ao longo da Galiza, a região onde se produziu o assassinato. https://twitter.com/AvanteLGBT/status/1412072307087101959?s=19 Espanha não é apenas Madrid, da mesma forma que Portugal não é apenas Lisboa, não silenciem os movimentos periféricos.
Obrigado pelo reparo, o artigo foi atualizado 🙌🏴