
O Queer Lisboa, festival de cinema que festeja este ano a 25ª edição e de que a esQrever é parceira media, teve o seu dia de encerramento esta sexta-feira, 25 de setembro.
Após uma semana de celebração em que o público tomou o Cinema São Jorge e a Cinemateca Portuguesa, ainda houve tempo para ver bom cinema durante a tarde de sábado:

Saint Narcisse é uma longa-metragem do realizador erótico Bruce LaBruce que aborda temas da família e religião. O problema é que a narrativa é tão inócua e previsível quanto a de um filme porno, sem a satisfação que o realizador sabe trazer ao género.

Sedimentos é um filme documental de Adrian Silvestre e acompanha uma road trip de um grupo muito díspar de mulheres trans à região de Leon. Revelador, emocionante, familiar e fraturante; é certamente dos mais incríveis documentários que o Queer Lisboa já viu!
Entrando a noite, deu-se a cerimónia de encerramento que, além de contar com a presença da Ministra da Cultura, Graça Fonseca, que celebrou os 25 anos do festival, o público presente na Sala Manoel de Oliveira pode assistir a uma performance de Noporn, um projecto vindo de São Paulo de poesia electrónica para dançar formado por Liana Padilha e Lucas Freire:
De seguida foram divulgados os nomes dos filmes premiados da noite pelos júris e suas menções honrosas:
Competição Longas-Metragens
Melhor Filme: Minyan, Eric Steel (EUA, 2020)
Menção Especial: Até o Fim, Glenda Nicácio, Ary Rosa (Brasil, 2020)
Prémio do Público: La Nave del Olvido, Nicol Ruiz (Chile, 2020)
Segundo o Júri, “Minyan é um objeto complexo e ao mesmo tempo um exercício prodigioso de subtileza e coerência, que discorre sobre as diversas formas de pertença e identificação. A estreia de Eric Steel nas longas-metragens de ficção é certeira e elegante e a performance contida de Samuel H Levine transporta-nos para um lugar de profunda empatia e comoção”.
Competição Documentários
Melhor Filme: Las Flores de la Noche, Eduardo Esquivel, Omar Robles (México, 2020)
Menção Especial: Sedimentos, Adrián Silvestre (Espanha, 2021)
Prémio do Público: Limiar, Coraci Ruiz (Brazil, 2020)
O júri referiu que “as construções sociais estão intrinsecamente ligadas às geografias políticas, económicas e às conceções sobre ser-se e viver-se enquanto pessoa LGBTI. De Mezcala ao Queer Lisboa, o documentário Las Flores de la Noche transporta-nos para uma realidade fascinante na estética e dura na constatação do quotidiano, enquanto nos recorda a força de transformação individual e comunitária que reside nos corpos, nas nossas identidades, nos nossos desígnios de liberdade”.
Competição Curtas-Metragens
Melhor Filme: Fou de bassan, Yann Gonzalez (França, 2021)
Menção Especial: Hi, Sweety., Celeste Prezioso (Argentina, 2020)
Prémio do Público: Dustin, Naïla Guiguet (França, 2020)
O júri justificou a sua escolha “pela mise en scènesedutora de um labirinto de encontros fugazes, que estabelece um novo olhar, rompendo com os arquétipos do expectável e reescrevendo, assim, a história do cinema”.
Competição In My Shorts
Melhor Filme: Scum Mutation, Ov (França, 2020)
Menção Especial: Jo, Ann Sophie Wieder (França, 2020)
O júri descreveu o filme de Ov enquanto “um manifesto urgente com um dispositivo cénico ousado e disruptivo que não tem medo de tomar uma posição e que implanta uma ideia de revolução através da viagem imagética e sonora que nos propõe, abrancando-nos e atiçando-nos ao mesmo tempo”.
Competição Queer Art
Melhor Filme: Vaga Carne, de Ricardo Alves Jr., Grace Passô (Brasil, 2019)
O júri considerou ser “um filme que nos convoca a uma experiência visceral de forças incorpóreas que co-movem as possibilidades de relação através e para além do re-conhecimento. Um delicado exercício de transposição performativa de uma peça de teatro para uma obra cinematográfica, na qual todos os elementos da sua realização contribuem para que seja visível e sensível o esforço que é preciso fazermos para que algo além do entendimento racional seja reconhecível pela experiência humana, tão pautada tanto pela potência quanto pelas limitações da matéria-corpo, da visualidade e da linguagem“.

Por fim, o título escolhido para encerrar a 25ª edição do Queer Lisboa foi o clássico The Watermelon Woman, de Cheryl Dunye, um filme de 1996 com uma premissa incrível – o da descoberta da história friccionada de uma atriz negra lésbica da primeira metade do século XX – mas uma execução pouco inspirada.
O Queer Lisboa 26 está já confirmado para as datas de 16 a 24 de setembro de 2022.

Ep.186 – Renaissance: A Film by Beyoncé (hmmm, yummy, yummy, yummy, make a bummy heated) – Dar Voz a esQrever: Notícias, Cultura e Opinião LGBTI 🎙🏳️🌈
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