
Ao longo do ano passado nos Estados Unidos da América, políticas contra a população visaram implacavelmente a comunidade com legislação prejudicial e preconceituosa. Existem novas leis que proíbem professores e professoras reconhecerem a existência de pessoas LGBTI, novas políticas voltadas contra crianças trans e as suas famílias e até novas proibições de livros com personagens LGBTI.
Enquanto isso, e em pleno Mês do Orgulho LGBTI+, vemos empresas e marcas a juntarem as suas campanhas à visibilidade e inclusão das pessoas LGBTI+. Alteram os seus logótipos nas redes sociais com arco-íris e patrocinam marchas do Orgulho LGBTI+. Faz parte de uma estratégia para atrair as melhores colaborações e o maior leque de clientes. Em suma, o Orgulho é bom para os seus negócios.
13,2 milhões de dólares de hipocrisia empresarial?
E isto não teria que ser forçosamente problemático, mas uma investigação da Popular Information descobriu que 25 grandes corporações norte-americanas doaram mais de 13,2 milhões de dólares para políticas anti-LGBTQ desde o início de 2021. O clássico pinkwashing que está longe de ser uma novidade este ano.
Apesar de doarem milhões para políticas anti-LGBTI, todas as 25 empresas incluídas na análise foram avaliadas positivamente pelo Índice de Igualdade Corporativa de 2022 da Human Rights Campaign. 15 das 25 corporações receberam pontuações perfeitas (100) e nenhuma recebeu pontuação abaixo de 80. Junto com as políticas no local de trabalho, o Índice de Igualdade Corporativa pretende medir o “compromisso público com a comunidade LGBTQ” das corporações. Mas a metodologia da HRC exclui doações políticas, permitindo que as corporações criem uma imagem pró-LGBTI enquanto financiam políticas que estão a minar os direitos das pessoas LGBTI.
A Human Rights Campaign reagiu a esta hipocrisia corporativa ao afirmar que “divulgar a pontuação no Índice de Igualdade Corporativa enquanto doa para políticas que nos acusam de pedofilia não vai adiantar”. Por isso “precisamos que as corporações escolham um lado. Precisamos que todas as pessoas que se preocupam com o rumo que esta nação está a tomar escolham um lado. O nosso lado“, disse Joni Madison, presidente interina da HRC.
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