
Dois homens foram mortos e uma mulher ficou ferida depois que um atirador ter disparado no dia 12 de outubro frente a um bar LGBTI+ de Bratislava (Eslováquia) chamado Tepláreň.
Devido aos contornos de crime de ódio do ataque, autoridades eslovacas estão a ponderar considerar os crimes como terrorismo. Daniel Lipsic disse que mais evidências estavam a ser examinadas:
“A suspeita é que o motivo desse ato foi desestabilizar a sociedade“, disse. “Esses pontos levam-nos à possível consideração de que poderemos classificar esse crime como um ato de terrorismo.”
O alegado suspeito do tiroteio, cujo corpo foi encontrado após a sua busca, terá sido motivado a realizar os ataques por crenças em políticas odiosas. O suspeito de 19 anos escreveu um longo manifesto homofóbico e antissemita no Twitter antes do ataque, incluindo hashtags com frases como “crime de ódio” e “bar gay”. Ele será filho de um ex-candidato a um partido político de extrema-direita.
A vigília reuniu 20.000 pessoas e a Presidente Caputova discursou
Esta sexta-feira, pelo menos 20.000 pessoas compareceram numa vigília para lamentar o ataque e a morte dos dois homens e solidarizarem-se com a comunidade LGBTI+ na Eslováquia.

A presidente eslovaca Zuzana Caputova deu um discurso durante o evento: “Sinto muito que a nossa sociedade não tenha sido capaz de proteger os seus entes queridos“.
“Vocês pertencem aqui, vocês são valiosos para a nossa sociedade“, acrescentou enquanto a multidão cantava como agradecimento à presidente.
O primeiro-ministro da Eslováquia Eduard Heger condenou os ataques ao dizer que “nenhuma forma de supremacia branca, racismo e extremismo contra as comunidades, incluindo a LGBTI, pode ser tolerada.”
Um grupo de organizações ativistas considerou o tiroteio “um ato hediondo de um indivíduo radicalizado [que] pode acontecer a qualquer momento, mas é um testemunho do tempo e da sociedade que ele escolhe para atingir com o seu ataque”.
“O facto de ele ter escolhido pessoas LGBTI é o resultado de uma longa e sistémica campanha contra as mesmas por pessoas funcionárias estaduais, igrejas e grupos extremistas”, rematou.
Segundo o mais recente relatório da ILGA Europe, depois de anos sem melhorias, há por fim um movimento legislativo positivo na Eslováquia, contrariando a narrativa de que há uma divisão Leste/Oeste nos direitos LGBTI na Europa.
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