
O relatório Where We Are on TV (Onde Estamos na TV), conduzido pela GLAAD, analisa a diversidade LGBTQ encontrada em séries das principais estações e redes de streaming do mundo. Ao contrário do cinema, na temporada de 2021/2022 houve um recorde de personagens LGBTQ presentes nas séries.
O estudo descobriu que, das 775 personagens regulares em séries de horário nobre na temporada 2021-2022, 92 personagens (11,9%) são LGBTQ. Este é um aumento de 2,8 pontos percentuais em relação ao ano anterior e marca um novo recorde. Existem 49 personagens recorrentes LGBTQ adicionais num total de 141 personagens LGBTQ.

A GLAAD adicionou cinco novos serviços de streaming à sua contagem este ano – Apple TV+, Disney+, HBO Max, Paramount+ e Peacock – além das anteriores Amazon, Hulu e Netflix. O estudo contou aqui 245 personagens LGBTQ regulares e 113 personagens LGBTQ recorrentes, elevando assim o total para 358 personagens LGBTQ no total.
Das 637 personagens LGBTQ contadas em séries neste relatório, há duas personagens assexuais, uma delas da série genera+ion da HBO Max.
Personagens bissexuais representam 29% de todas os personagens LGBTQ encontradas (streaming no gráfico ao lado). Equivale a um aumento de um por cento do estudo do ano passado. Esse número ainda favorece fortemente as mulheres, com 124 mulheres, 50 homens e nove personagens não binárias com orientação bissexual.

A TV está a liderar o entretenimento em qualidade e quantidade de histórias LGBTQ. O estudo do ano passado foi o primeiro a observar uma queda no número regular de séries LGBTQ nas transmissões, em grande parte devido a atrasos na produção e mudanças causadas pela pandemia, após vários anos de crescimento sustentado. Embora reconheçamos os desafios únicos da pandemia da COVID-19 nas produções, a GLAAD convocou a indústria para garantir que, à medida que as filmagens fossem retomadas e novas séries fossem encomendadas, as histórias LGBTQ pendentes não fossem deixadas para trás. E Hollywood respondeu.
Sarah Kate Ellis (CEO da GLAAD)

Este ano, há 42 personagens trans regulares e recorrentes em todas as transmissões (TV a cabo e streaming). Elas são compostas por 20 mulheres, 14 homens e oito personagens não-binários. 41 das 42 são interpretadas ou dada voz por artistas trans. Existem mais 17 personagens que não são binárias e não são trans.
Mulheres, pessoas com deficiência e pessoas a viver com VIH ainda estão subrepresentadas nas séries
Das personagens analisadas, 47 por cento (360) são mulheres, um aumento de um ponto percentual em relação ao ano passado e um novo recorde.
50 por cento (390) são personagens não brancas, um aumento de quatro pontos percentuais em relação ao ano anterior e um novo recorde de representação. A diversidade racial de personagens LGBTQ na transmissão e no streaming também aumentou, enquanto na TV a cabo diminuiu.
As personagens regulares em séries com deficiência tiveram uma queda para 2,8 por cento (22 de 775). Esse número está muito abaixo do número real de pessoas com deficiência nos Estados Unidos da América.
Também o número de personagens a viver com VIH em todas as plataformas diminuiu de três para duas.
Vimos o impacto de filmes e séries que contam histórias inovadoras, que humanizam as pessoas que vivem com VIH para o público. É fundamental que a televisão conte as histórias das pessoas vivendo com VIH; Hollywood deve fazer a sua parte para diminuir o estigma.
Sarah Kate Ellis (CEO da GLAAD)
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