Keyla Brasil desaparecida desde dia 27: PSP tomou medidas “urgentes”

Keyla Brasil desaparecida desde dia 27: PSP tomou medidas "urgentes"
Via Instagram.

Keyla Brasil, a atriz trans brasileira que tomou o palco do Teatro São Luiz para denunciar o casting transfake, está desaparecida desde 27 de janeiro.

Após ter interrompido a peça Tudo Sobre a Minha Mãe no passado dia 19, a artista está desaparecida e incontactável desde a tarde de sexta-feira. Keyla Brasil viu-se obrigada a fugir de Lisboa após receber ameaças de morte. A Associação Casa T, casa de abrigo para pessoas trans imigrantes, lançou o primeiro aviso de impossibilidade de contacto com artista. A Casa T tem dado abrigo a Keyla no último ano e estava em contacto diário desde que Keyla se refugiou na região de Coimbra.

Segundo responsáveis da Casa T, Keyla Brasil enviou “três pedidos de socorro a três pessoas diferentes da comunidade transvestigênere” às 15h14 de sexta-feira. “Não foi uma comunicação convencional”, afirmaram ao Público.

Após os pedidos, dirigiram-se de imediato para onde Keyla estava hospedada sem a encontrar nem aos seus pertences Após uma pequena busca na zona sem sucesso avisaram a GNR. O telemóvel encontra-se desligado desde então. A PSP entretanto confirmou ter adotado “medidas que, em função da situação concreta, se afiguram urgentes”.

Keyla Brasil foi o rosto maior da ação de denúncia do casting transfake. Em causa estava a peça Tudo Sobre A Minha Mãe. O manifesto associado considera que “um ator cis que desempenha um papel trans no mesmo espetáculo que uma pessoa trans desempenha um papel trans é particularmente perverso”, uma vez que “procura recuperar e legitimar a prática do casting transfake”. Esta é uma dupla violência, “tanto para a atriz trans dentro da peça como para a comunidade trans.”

Atualização:

A Casa T anunciou esta tarde que Keyla Brasil foi encontrada hoje e já está em segurança.

Ela se manterá em recolhimento para que possa se recuperar de tudo o que está passando. Visando sua segurança, não compartilharemos mais informações sobre o caso até que ela mesma possa falar por si.”