
Elliot Page, o ator de 36 anos, apresentou-se como trans em 2020 e explicou a “sorte” que ele sentia por estar a viver, por fim, o seu verdadeiro eu.
Em junho deste ano, ele publicou o seu primeiro livro de memórias, Pageboy, no qual conta os altos e baixos da sua jornada trans, incluindo a sua experiência com a disforia de género e o apoio que recebeu de pessoas amigas de longa data.
Convidado para o Festival Nacional do Livro da Biblioteca do Congresso, Elliot Page voltou a falar no passado fim‑de‑semana em Washington sobre a sua experiência trans.
“Nunca poderia ter imaginado num milhão de anos o quão diferente me sinto, o quão centrado, o quão presente, o espaço na minha mente para ser criativo, para me sentir inspirado”, disse.
Explicou também que a transição melhorou “significativamente” o seu trabalho atrás da câmera, pois sente-se “inerentemente muito melhor e presente” e “apenas mais feliz no estúdio”. “Se me afirmasse como trans e o meu trabalho piorasse, tudo bem. Não preciso estar em mais filmes, estou bem. Quero poder viver a minha vida de verdade. Acho que isso me fez sentir mais encarnado e mais conectado.”
Elliot Page reconhece a importância da comunidade trans no seu percurso
Durante a conversa no festival do livro, ele partilhou que está a tomar testosterona há pouco mais de dois anos. Algo que lhe “mudou drasticamente [a sua] vida para melhor”. No entanto, também afirmou como a alegria que sente agora não está apenas contida em como o seu corpo se parece ou se sente – está na comunidade que ele encontrou desde que se afirmou trans.
Page disse que o seu “grupo incrível de pessoas amigas trans” lhe traz os seus momentos mais felizes. “Quando nos reunimos e saímos e vamos ao karaoke e partilhamos o momento e sentimos a nossa união e liberdade – esses momentos parecem realmente especiais, essa sensação de comunidade“, explicou.
Sobre os obstáculos e desafios no processo de autodeterminação de género, Page explicou que “a vergonha que sentimos e mantemos não é nossa.” E reforça: “Os momentos – que são tão desafiadores para realmente nos comprometermos a sermos quem realmente somos e que podem ser assustadores e esmagadores – valem muito a pena.”
A entrevista completa a Elliot Page pode ser vista abaixo a partir da hora 6:15:22.