O voto e a segregação

O voto e a segregação (Eleições legislativas regionais da Madeira 2023)

As eleições legislativas regionais da Madeira aproximam-se e, para muites de nós, apenas será mais um corriqueiro ato eleitoral. Vivemos numa democracia e é imprescindível votarmos, pois é nesse momento que podemos decidir quem irá compor o órgão administrativo da nossa região. Participar, propor e decidir sobre os projetos de lei integram algumas das principais funções da vida política.

Dessa forma, conhecermos cada candidato e candidata é muito importante, além do programa político apresentado e, claramente a atuação social até à data. Queremos e exigimos uma mudança, mas falhamos o compromisso primordial e decisivo… não votamos. Ora bem, no sistema democrático, que outra forma haveria para tal?

Vivemos num país que decide não participar e, estamos a falar de 48,6% (fonte: Pordata) da população que se abstém. Existem muitas técnicas e formas aplicadas durante todo o período de campanha eleitoral. No entanto, para aquelas pessoas comprometidas e dedicadas, não será necessária muita propaganda.

Igualmente considerável é conhecer a vida política de cada partido, além das pessoas que se candidatam, pois é crucial identificarmo-nos e sentirmo-nos representades. Utilizemos o poder que temos, conhecendo e pesquisando cada proposta e cada pormenor, pois tudo isso fará a diferença. E sim, seria muito mais sapiente e perspicaz, pois dessa forma e em bom madeirense falando, evitaríamos de “sermos emprenhados pelos ouvidos”.

Sob a perspetiva progressista e que preza pelos direitos humanos, direitos animais, ambiente, entre outros movimentos sociais e causas, alguns partidos e pessoas candidatas têm um papel determinante. Estamos a falar do Bloco de Esquerda, do PAN, da CDU, do PTP, do JPP e do PS, os quais trabalham pela equidade, justiça e evolução social. Sem menosprezar ou desmerecer qualquer partido, é crucial lembrar que a união da esquerda será vital. Aliarmo-nos e trabalharmos em conjunto certamente será mais simples para alcançarmos o grande objetivo: uma política pública inclusiva e respeitante para todos os seres que coabitam neste grande ecossistema.

Destaco três pessoas que, pessoalmente acompanho e conheço o trabalho: Roberto Almada e a Dina Letra (BE) e a Mónica Freitas (PAN). Certamente irão atuar para que todes possam usufruir de uma região justa e livre para a expressão da individualidade diversa.

Todas as minorias precisam com urgência de uma voz na A.L.R.A.M., tais como as pessoas LGBTQIA+, negras, mulheres, desabrigadas, migrantes e estrangeiras, toxicodependentes, trabalhadoras do sexo, presidiárias e ex-presidiárias, pessoas com deficiência, entre tantas outras. 

De alguma forma, direta ou indireta, temos a responsabilidade em desconstruir e romper com a fobia e a segregação social. É muito mais fácil e cómodo livrarmo-nos da vida ativa e que luta pela equidade, seja ela do vizinho, do colega da escola, no trânsito ou em qualquer outro espaço. A sociedade é composta por todes nós e o progresso é coletivo, quer tenhamos consciência disso ou não… e temos um papel único e determinante.

No dia 24 de setembro utilizemos o nosso direito em vigor, pois o poder de votar foi conquistado com muita luta e sacrifício.

Pessoas oprimidas não irão permanecer para sempre ostracizadas. O que me preocupa não é o grito dos maus, mas sim o silêncio dos bons.” – Martin Luther King Jr.

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