A adaptação cinematográfica do icónico musical Wicked não apenas conquistou os corações de fãs queer, mas também quebrou recordes de bilheteira. Com Cynthia Erivo, uma atriz bissexual e queer, no papel de Elphaba, o filme teve a maior receita de sempre com uma pessoa LGBTQ+ como protagonista num filme de imagem real. O filme é apenas ultrapassado, para já, por À Procura de Dory, com a comediante queer Ellen DeGeneres.
Desde o seu lançamento, o filme arrecadou mais de 648 milhões de dólares enquanto ainda está em exibição nos cinemas, confirmando o apelo duradouro da história da amizade entre Elphaba, a Bruxa Má do Oeste, e Glinda, a Bruxa Boa do Sul, protagonizada por Ariana Grande. Dirigido por Jon M. Chu, o filme trouxe ao grande ecrã a magia e a emoção que tornaram o musical da Broadway um clássico.
Cynthia Erivo: a poderosa protagonista queer de Wicked
Cynthia Erivo, que brilhou anteriormente na produção teatral de The Color Purple, trouxe intensidade e vulnerabilidade a Elphaba. Erivo é uma defensora assumida da representação queer, tendo-se afirmado bissexual em 2022 numa entrevista à People. A sua presença neste projeto reforça a importância de dar espaço a talentos diversos.
Em 2021, Cynthia Erivo foi uma das mais de 450 personalidades que denunciaram transfobia e posicionam-se contra TERFS (feministas radicais trans-exclusivas) numa carta-aberta da GLAAD. “Mulheres e raparigas trans têm sido parte integrante da luta pela libertação do género”, assinou.
A crítica da Variety destacou a força de Erivo no papel, afirmando: “Em vez de parecer exagerado, Wicked encontrou a sua forma ideal, onde cada frame está repleto com um nível de detalhe que poderia facilmente ter sido distrativo, caso um talento inferior ao de Cynthia Erivo tivesse sido escolhido para carregá-lo.”
O impacto cultural de Wicked
“As pessoas nascem más? Ou a maldade é-lhes imposta?” O filme Wicked vai além de um simples musical. A história, que explora temas de preconceito, aceitação e amizade, ressoa profundamente com comunidades discriminadas e vítimas de preconceito, como a LGBTQ+. A narrativa é uma celebração da diferença e da coragem de ser fiel a si mesma, valores essenciais para muitas pessoas queer. Não é por acaso que a figura da bruxa tem sido associada a mulheres que desafiam as normas sociais e patriarcais.
Com Ariana Grande, o elenco combina talento musical e carisma, garantindo interpretações memoráveis das músicas icónicas do musical, como “Defying Gravity” e “For Good”. O design visual deslumbrante também contribuíram para o sucesso do filme, criando um espetáculo visual que transporta o público para Oz.
O recorde alcançado por Wicked reflete não apenas o apelo universal do musical, mas também a importância crescente da inclusão na indústria cinematográfica. Ter uma atriz abertamente queer como protagonista de um dos maiores filmes de 2024 é uma mensagem poderosa sobre a aceitação e a celebração da diversidade. Com Cynthia Erivo a liderar esta história icónica, o filme cimenta-se como um marco cultural, provando que a magia de Oz ainda tem muito a oferecer ao mundo.
O derradeiro capítulo desta saga, “Wicked: For Good”, tem estreia marcada para novembro de 2025.
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