Junho marca o mês do orgulho LGBT com celebrações e marchas marcadas em todo o mundo (em Portugal haverá várias, incluindo a de Lisboa). Várias empresas ganharam, e bem, o hábito de comemorar o início dos festejos ao mostrar o seu apoio e lançar produtos que marcam o mês do orgulho LGBT, alguns exemplos:
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Esperemos que em Portugal mais empresas se juntem à festa e assumam o seu apoio ao orgulho LGBT, de forma inteligente e inclusiva. Entretanto podemos fazer a nossa parte na celebração com coisas bastante quotidianas, alguns exemplos:
- Conhecer a história LGBT: quer seja a nacional mais recente, quer seja a internacional mais antiga (ou milenar mesmo), há que conhecer as lutas, avanços e recuos que as pessoas LGBT e seus apoiantes viveram e vivem hoje em dia.
“The Stonewall Riots”, clicar na imagem para ler mais. (BETTYE LANE, VINTAGE EVERYDAY) - Apoiar os centros de apoio aos jovens LGBT: estes centros são, muitas vezes, as casas e as famílias que os jovens LGBT têm depois de serem expulsos ou maltratados pelas famílias biológicas. Em Portugal a rede ex aequo é um apoio fundamental aos jovens LGBTI de norte a sul (e ilhas) no país. Leiam a entrevista que fizemos ao seu presidente, Gustavo Briz, e conheçam melhor a associação.
- Para lá do casamento entre pessoas do mesmo sexo: se é certo que em Portugal o casamento é, desde há cinco anos, mais livre (mas ainda não com os mesmos direitos), a luta que as pessoas LGBT travam em todo o mundo vai para lá da questão do casamento. Falamos de juventude expulsa de casa e sem tecto, falamos na discriminação no trabalho, falamos de violência extrema e, inclusive, a morte de pessoas transgénero em vários países. Há ainda hoje inúmeros problemas que nos são mais ou menos próximos mas que, no final, dizem respeito a toda a sociedade.
- Conhecer cinema e séries com personagens LGBT humanizadas: longe vai o tempo em que as personagens LGBT que surgiam nos ecrãs eram quase exclusivamente bonecos mais ou menos cómicos, mais ou menos trágicos. Há hoje uma variedade incrível de histórias que tornam as personagens LGBT pessoas humanas e complexas como em Transparent ou Looking.
- Apoiar empresas que respeitam todas as pessoas, LGBT incluídas: não é uma questão de promover, mas sim de dar visibilidade a pessoas que continuam a ser marginalizadas pelo que são, seja pela sua orientação, seja pelo seu género, raça ou religião. E se há empresas que se chegam à frente e apoiam estas causas, por que não apoiá-las em detrimento daquelas que fazem o oposto ou se silenciam quanto a questões de discriminação e ódio? Nos últimos anos a Ikea e a Coca-Cola deram o exemplo em Portugal mas há muitos e bons exemplos pelo mundo fora.
Por fim, e para responder a algumas vozes que acabam sempre por surgir em especial nesta altura, fica a seguinte citação anónima porque, sim, faz sentido celebrarmos todos (!) o orgulho LGBT:
O orgulho gay não nasceu de uma necessidade de celebrar ser-se gay, mas sim no nosso direito de existir sem perseguição. Então, em vez de se questionar por que não há um movimento do orgulho hetero, seja grato que um não preciso.
Fontes: Towleroad (1 e 2) e Mashable.
Nota: Obrigado à Sandra pela dica 🙂
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