
Comemora-se hoje o Dia Da Visibilidade Intersexo, dia onde se pretende assinalar a necessidade de dar visibilidade das questões intersexo e alertar para a realidade de pessoas que são vítimas de discriminação em função das suas características sexuais, fora do binário masculino-feminino, desde a mutilação genital até à ausência de reconhecimento da sua identidade de género, passando pela generalizada invisibilidade, incompreensão e discriminação sofrida em contextos como a saúde, o emprego, educação, a família, entre outros.
Importa, portanto, conhecer do que se trata quando falamos em intersexualidade. Traduzido por Sandra Cunha, diz-nos a Sociedade Intersexual Norte Americana:
“Intersexo” é o termo comummente usado para designar uma variedade de condições em que uma pessoa nasce com uma anatomia reprodutiva ou sexual que não se encaixa na definição típica de sexo feminino ou masculino. Por exemplo, uma pessoa pode nascer com uma aparência exterior feminina mas com anatomia interior maioritariamente masculina. Ou nascer com genitais que se situam algures entre o feminino e o masculino – por exemplo, uma rapariga pode nascer com um clitóris visivelmente grande ou com ausência de abertura vaginal e um rapaz pode nascer com um pénis anormalmente pequeno ou com um escroto dividido e com formato mais semelhante a lábios vaginais. Ou ainda, uma pessoa pode nascer com uma variedade genética em que algumas das suas células têm cromossomas XX e outras cromossomas XY.
Sobre as categorias criadas pelas sociedades, escreve:
A natureza oferece-nos um largo espectro de anatomia sexual. Seios, pénis, clitóris, escrotos, lábios, gónadas – todos variam em tamanho, forma e morfologia. Os cromossomas “sexuais” podem igualmente variar significativamente. Mas nas sociedades humanas, as categorias sexuais tendem a ser simplificadas em masculino, feminino e, por vezes, intersexo, de forma a facilitar as interações sociais, expressar o que sentimos e conhecemos e manter a ordem social. Portanto, a natureza não decide onde a categoria “masculina” termina e a categoria “intersexo” começa ou onde a categoria “intersexo” termina e a categoria “feminina” começa. Os seres humanos (atualmente, maioritariamente médicos) decidem o quão pequeno um pénis tem de ser ou o quão incomum uma combinação de características tem de ser, para contar como intersexo. Decidem se uma pessoa com cromossomas XXY ou cromossomas XY e insensibilidade aos andrógenos se enquadra, ou não, como intersexo.
E por fim conclui:
Na Sociedade Intersexual Norte Americana (ISNA) defendemos uma abordagem pragmática para a definição da categoria intersexo. Trabalhamos para construir um mundo livre de vergonha, silêncio e cirurgias genitais indesejadas para qualquer pessoa nascida com o que alguns acreditam ser uma anatomia sexual fora da norma.
A propósito, porque algumas formas de intersexo refletem preocupações metabólicas subjacentes, uma pessoa que pensa poder ser intersexo deve procurar obter um diagnóstico e descobrir se precisa de cuidados de saúde profissionais.
Poderão ler o artigo na íntegra aqui.
Fontes: ILGA Portugal, Esquerda.net e Imagem.

Ep.186 – Renaissance: A Film by Beyoncé (hmmm, yummy, yummy, yummy, make a bummy heated) – Dar Voz a esQrever: Notícias, Cultura e Opinião LGBTI 🎙🏳️🌈
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