Comité Olímpico e Atletas Transgénero

É desde o ano de 2004 que pela primeira vez @s atletas transgénero puderam participar nas competições Olímpicas contudo, nas seguintes condições:

  • estar a fazer terapia hormonal há pelo menos dois anos
  • ter feito a cirurgia de mudança de sexo
  • ter efectuado a alteração do nome e do género legalmente

De facto, abriu portas a alguns atletas. Mas excluiu, à priori, uns tantos outros – os atletas ainda no processo de transformação (legal e/ou física).

E é com agrado, que finalmente, o Comité Olímpico abre as portas aos atletas que ainda não tenham feito a cirurgia de reatribuição sexual. E, claro está, com algumas outras ressalvas, mas já lá voltámos.

Primeiro exemplo: Eu tenho o sexo feminino mas identifico-me com o género masculino, portanto estaria a competir nas competições masculinas. Já tu és do sexo masculino  e estás a competir nas provas femininas, hummm, de lançamento de peso. Seria uma competição justa para mim? E para ti?

Para precaver situações destas, de vantagem/desvantagens entre atletas, o Comité Olímpico especificou que os atletas a fazer a transição de masculino para feminino teriam que ser vigiados através da quantificação da testosterona na circulação sanguínea. Porquê? Uma atleta com níveis de testosterona de um homem que esteja a competir contra mulheres (que têm baixas concentrações de testosterona) fica imediatamente em vantagem.

Isto porque é, efetivamente, a testosterona que faz com que tenhamos mais velocidade, resistência e/ou força. Aliás, é a presença de testosterona (isto ainda embriões a crescer) que leva a que sejamos, anatomicamente, homens (se presente) ou mulheres (se ausente).

Relativamente aos atletas a fazer a transição de feminino para masculino o Comité Olímpico não criou nenhuma restrição. E isto justifica-se uma vez que a probabilidade de já estarem a efetuar a terapêutica hormonal – com testosterona – é grande.

O que é ainda mais feliz, é que estas alterações normativas estendem-se para outras competições – apesar da sua não obrigatoriedade – e serão já postas em prática nos próximos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, precisamente este ano!

Fugindo aos Jogos Olímpicos, já ouviste falar dos Gay Games?

FonteObservador.