Um terrorista atacou uma discoteca gay na Florida na qual fez refém as pessoas que nela estavam e acabou por matar 50 delas. A comunicação social norte-americana fala igualmente em 53 feridos hospitalizados. O atirador, armado com uma espingarda, uma pistola e um engenho explosivo morreu durante o ataque e confirmou-se mais tarde as suas ligações ao auto-proclamado Estado Islâmico.
A Polícia transmitiu o seguinte depoimento na manhã de Domingo:
Desde início que a ideia de que o terrorista teria ligações ao grupo extremista – e absolutamente homofóbico – ganhou corpo, como reportaram jornalistas no terreno. “Se consideramos que isto é um acto de terrorismo? Absolutamente, estamos a investigar este caso de todas as perspectivas como um acto de terrorismo. Quer se trate de terrorismo doméstico ou internacional, temos de levar a investigação até ao fim“, disse Danny Banks, agente especial do FBI.
A polícia investigou se outros objectos deixados pelo atirador na discoteca seriam explosivos. Outro agente especial do FBI não confirmou as suspeitas de que o atacante tivesse ligações ao terrorismo islâmico: “Temos algumas sugestões de que este indivíduo poderia ter algumas simpatias com essa ideologia, mas por ora não podemos dizer nada com certeza“, afirmou Ronald Hopper.
O próprio Presidente Barack Obama partilhou o seu apoio às famílias das vítimas com um depoimento oficial:
Obama fez igualmente num discurso mais tarde um apelo à unidade: “Face ao ódio e à violência, amemo-nos uns aos outros. Não vamos ceder ao medo ou virar-nos uns contra os outros. Vamos permanecer unidos como americanos para proteger o nosso povo e defender a nossa nação, e agir contra os que nos ameaçam.”
O atirador, segundo a CBS News, foi identificado como Omar Mateen, um cidadão norte-americano de 31 anos filho de imigrantes afegãos. As autoridades estiveram convencidas que não haveria risco de mais atentados, dado que terá sido iniciativa de um “lobo solitário.” Com o início das investigações à vida de Mateen, ainda levou algumas horas para que estas encontrassem alguma ligação, directa ou indirecta, aos extremistas islâmicos, informou um agente do FBI ao LA Times.
Horas mais tarde a ligação ao grupo terrorista foi eventualmente confirmada . Quem avançou a informação de que Omar Mateen terá prestado juramento ao auto-proclamado ‘Estado Islâmico’ antes de atacar a discoteca foi um congressista norte-americano, Adam Schiff. Mas a agência noticiosa ligada ao EI, AAMAQ, reivindicou o atentado, dizendo ter sido perpetrado por “um soldado do califado”.
A própria página da discoteca, pelas 7 da manhã – hora de Lisboa – publicou um pedido para que toda a gente saísse e fugisse. A discoteca, segundo testemunhas, estaria cheia com mais de 100 pessoas no interior quando se deu o ataque. Como continua a ser habitual, comentários homofóbicos surgiram mal se espalhou a notícia do atentado terrorista:


Só este ano, episódios de violência com armas de fogo nos EUA foram responsáveis por 5.800 mortes e mais de 23.000 incidentes. Este tornou-se no maior assassínio em massa na história norte-americana.
Membros da comunidade de Orlando têm-se apresentado para doar sangue e apoiar as vítimas sobreviventes do massacre, embora seja absolutamente irónico que homens homo e bissexuais não possam fazer, nas circunstâncias devidas, a sua importante doação numa situação de crise.
Este é, desde já, um dia negro para a população LGBT e toda a sociedade que se quer mais livre e igualitária. Junho, o mês do Orgulho LGBT, faz hoje mais sentido que seja celebrado.

Nota: Obrigado ao Ricardo, Pedro e Filipe pela ajuda.
11 comentários