Escrevo-vos ainda fora de quarentena e lockdown parcial em terras alemãs, mas para quem está forçosa ou voluntariamente em casa para tentar atrasar a disseminação do Coronavirus temos uma série de… séries para vos sugerir. Isto para além das que já vos fomos divulgando ao longo destes anos. Tudo para mitigar um bocadinho esta época tortuosa que vivemos com um bocadinho de comédia ou representação LGBTI no pequeno ecrã. Ou ambas!
Por isso aqui fica a galeria do que podem fazer binge-viewing, em português “visualizar em catadupa”, maioritariamente na Netflix com as excepções assinaladas.
“Pose” (na HBO Portugal) – Façam um trial deste serviço de streaming por amor da Santa e vejam as duas temporadas da série que revolucionou o significado de representação em televisão. Um dos elencos e equipas mais incríveis dos últimos anos composto maioritariamente por mulheres trans não brancas. E a minha paixão maior MJ Rodriguez no papel de Blanca Evangelista na imagem.
“Killing Eve” (na HBO Portugal) – Já que fizeram o trial aproveitem para ver esta série de investigação criminal com uma paixão lésbica sórdida escrita pela incrível Phoebe Waller-Bridges (Fleabag) e interpretada pela magnífica Jodie Comer no papel da assassina demente Vilanelle e Sandra Oh enquanto Eve, polícia que a persegue… de várias formas
“Brooklyn Nine Nine” – da autoria de Mike Schur (de Parks and Recreation e The Good Place), uma comédia incrível já com várias temporadas passada numa estação de polícia nova-iorquina onde o capitão no comando é um homem abertamente homossexual (Andre Bauer no papel de Holt e Stephanie Beatriz enquanto Detective Rosa Diaz, latina e bissexual)
“Unbreakable Kimmy Schmidt” – da autoria de Tina Fey (de Saturday Night Live e 30 Rock), uma comédia insana sobre uma mulher que viveu décadas refém de um líder de um culto lunático. E Titus Andromedon (por Tituss Burgess) enquanto o seu colega de quarto em Nova Iorque e possivelmente a personagem gay mais fabulosa da história da televisão. Sim, tá dito.
“Crazy Ex-Girlfriend” – da autoria de Rachel Bloom, esta ‘dramédia’ sobre amores impossíveis tem um casal improvável interpretado pelo bissexual Darryl (Pete Gardner) e o bro-ish White Josh (David Hull). E tudo em formato musical, sempre hilariante e inspirado na Broadway.
“Next in Fashion” – Tan France, o mais deslumbrante dos rapazes de Queer Eye, junta-se a Alexa Chung para apresentar um reality show sobre moda. Muito inspirado em programas como Project Runaway mas com menos bitchiness e bem mais positivo e otimista. Para acompanhar refeições.
“Dear White People” – série revolucionária que aborda a vida de estudantes negros numa universidade americana que lida com constantes preconceitos raciais. E com uma personagem deliciosa, Lionel (interpretado por DeRon Horton), gay, nerd e extremamente inteligente.
“Eastsiders” – provem da webseries criada por Kit Williamson e foi comprada pela Netflix. Uma espécie de novela assente na relação de Cal e Thom, uma abordagem do que é uma relação não-convencional ou normativa. Muitos tabus derrubados.
“Mindhunter” – incrível série criada por David Fincher sobre a psicologia por detrás da resolução de crimes de assassinos em série por parte do FBI nos anos 80 e 90. E com Anna Torv (de Fringe) num papel incrível de uma cientista e psicóloga na liderança desta unidade e que tem de esconder a sua sexualidade para manter o seu emprego.
“Star Trek: Discovery”: Ficção científica é espaço para representação por isso não é de admirar que esta nova incarnação de Star Trek tenha uma casal de pessoas do mesmo sexo na tripulação da nave Discovery. Interpretados por Anthony Rapp (acusador de Kevin Spacey) e Wilson Cruz (o primeiro ator gay a interpretar um papel gay em televisão em “My So Called Life” nos anos 90)
“UNHhhh” – Porque o YouTube também conta, proponha esta webseries de duas drag queens, Trixie Mattel e Katya Zamolodchikova. Melhor que o RuPaul’s Drag Race, vai deixar-vos a mijar a rir e a pedir que vos forniquem com uma enxada. Irão perceber. Eventualmente.
“Schitt’s Creek” – não está disponível em streaming, mas esta criação de Daniel Levy (filho do lendário Eugene Levy que também faz de seu pai na série), merece que achem maneira de a ver. Uma personagem pansexual e a mulher mais deliciosamente pedante da história da televisão, Moira Rose, interpretada pela ainda mais lendária Catherine O’Hara.
“Golden Girls” – não quero saber; ARRANJEM FORMA. Se há bálsamo para toda a ansiedade social que a pandemia despertou, ele está nas mãos destas quatro incríveis mulheres: Dorothy, Blanche, Rose e Sophia. Absolutamente revolucionária na abordagem da temática LGBT e possivelmente a série mais cómica a entrar pelo pequeno ecrã. Enjoy
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