GRINDR ABANDONA FILTRO DE ETNICIDADE EM RESPOSTA A #BLACKLIVESMATTER

Depois de anos e anos de críticas por parte dos utilizadores e utilizadoras o Grindr decidiu finalmente suspender o filtro de etnicidade da sua aplicação. Esse filtro permitia escolher e discriminar as pessoas que apareciam na aplicação consoante a sua raça. Depois de um post a apoiar #BlackLivesMatter, os utilizadores não perdoaram e encheram o Twitter do Grindr a exigir que tirassem essa malfadada feature e, claramente em resposta à pressão, a empresa decidiu tirar essa feature na sua próxima atualização. Teria sido refrescante a iniciativa partir de uma decisão estrutural e socialmente consciente do Grindr e não ter sido anunciada unicamente devido à pressão tremenda que sofreu. E não deixou de aglomerar as críticas inevitáveis de que essa opção nunca deveria ter sido permitida de qualquer forma.

O racismo no Grindr e outras apps de encontros para homens gay tem sido constante desde a génese da aplicação em 2009. Muitas vezes surgem perfis ultra-racistas por parte de homens cis brancos contra pessoas de etnia não branca, trans, efeminadas ou fora dos padrões corporais de beleza vigentes. No fats, no fems, no asians, no blacks. E os filtros e mensagens de perfil serviam também para o extremo oposto reforçando a fetichização puramente sexual particularmente de pessoas de raça negra. Esta atualização da aplicação poderá ser o primeiro passo para tentar erradicar a discriminação da app mas passará obviamente por uma maior vigilância de comportamentos homofóbicos, transfóbicos e racistas. E tal parte não só do Grindr mas, principalmente, de quem a utiliza.

Fonte: PinkNews