A mudança social e política acontece devagar na União Europeia, que, a este passo, demorará mais 60 anos a alcançar a igualdade de género.
No Índice de Igualdade de Género, Portugal obtém 61,3 pontos em 100. São mais 7,6 do que em 2010, mas, ainda assim, 6,6 abaixo da média da União Europeia.
O Índice 2020, apresentado no âmbito da Semana da Igualdade de Género organizada pelo Parlamento Europeu, coloca Portugal entre os países que mais estão, aos poucos, a convergir para a média da União Europeia. As desigualdades são mais pronunciadas no tempo gasto a cuidar da casa e da família ou em actividades de lazer (47,5 pontos) e na partilha de tomada de decisão na política, na economia, nos média, na investigação e no desporto (51,1 pontos).
Portugal, que em 2006 introduziu uma quota mínima de 33% (ou quota máxima de 67%, se quisermos desconstruir algumas das posições contra a existência das mesmas) e a alargou em 2019 para 40%, integra agora o grupo de seis Estados-membros com equilíbrio de género (40% ou mais) no parlamento nacional, juntando-se à Suécia, à Finlândia, à Bélgica, à Áustria e a Espanha. Há ainda três Estados-membros com menos de 20% de mulheres nos seus parlamentos nacionais: Croácia, Malta e Hungria.
Portugal também alcançou uma maior presença de mulheres no Governo (17% para 37% entre 2010 e 2020. E na administração do Banco Central (17% para 33% entre 2010 e 2019). E na administração das grandes empresas (5% para 25% entre 2010 e 2020). Desde janeiro de 2018, também as empresas do setor empresarial do Estado e as empresas cotadas em bolsa estão obrigadas a cumprir uma quota.
“Este é o resultado das políticas de ação positiva”, constata Rosa Monteiro, secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade. “Não é com auto-regulação que conseguimos uma evolução tão acelerada.” Ana Sofia Fernandes, presidente da Plataforma Portuguesa dos Direitos das Mulheres e vice-presidente do Lobby Europeu de Mulheres, também aponta para as iniciativas legislativas, sublinhando: “A mudança é mais expressiva na política do que no sector económico. Há um caminho a fazer.”
Fonte: Público.
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