
O triângulo cor-de-rosa invertido foi originalmente usados em campos de concentração nazi para identificar prisioneiros gay. Eis a sua história.
Antes do triângulo rosa se tornar um símbolo mundial de poder e Orgulho gay, este foi concebido como um distintivo de vergonha. Na Alemanha nazi, um triângulo rosa invertido foi costurado nas camisas de homens gay em campos de concentração, para identificá-los e desumanizá-los ainda mais. Foi apenas na década de 1970 que ativistas recuperaram o símbolo de vergonha e o transformaram num de libertação.
A homossexualidade foi tornada ilegal na Alemanha em 1871, mas raramente foi aplicada até o Partido Nazi assumir o poder em 1933. Como parte da sua missão de “purificar” racial e culturalmente a Alemanha, os nazis prenderam milhares de indivíduos LGBTI, a maioria homens gay, que viam como degenerados.
O Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos estima que 100.000 homens gay foram presos e entre 5.000 e 15.000 foram colocados em campos de concentração. Assim como pessoas judias foram forçadas a identificarem-se com estrelas amarelas, homens gay em campos de concentração tiveram que usar um grande triângulo rosa invertido. Outros exemplos de símbolos foram os triângulos castanhos usados para identificar pessoas de etnia cigana, vermelho para prisioneiros políticos, verde para criminosos, azul para imigrantes, roxo para Testemunhas de Jeová e preto para pessoas que consideravam “associais”, como trabalhadoras do sexo e mulheres lésbicas.
Os campos de concentração

Nos campos de concentração, os homens gay eram tratados com especial severidade, tanto por guardas quanto por colegas prisioneiros. “Não havia solidariedade para os prisioneiros homossexuais; eles pertenciam à casta mais baixa”, escreveu Pierre Seel, um sobrevivente gay do Holocausto, no seu livro de memórias I, Pierre Seel, Deported Homossexual: A Memoir of Nazi Terror.
Estima-se que 65% dos homens gay em campos de concentração morreram entre 1933 e 1945. Mesmo após a Segunda Guerra Mundial, tanto a Alemanha Oriental quanto a Ocidental mantiveram leis homofóbicas do país e, como resultado, após a sua libertação dos campos, muitos gays foram novamente encarcerados até o início da década de 1970. A lei não foi oficialmente revogada até 1994.
O início da década de 1970 também foi quando o movimento pelos direitos dos homossexuais começou a surgir na Alemanha. Em 1972, The Men with the Pink Triangle, a primeira autobiografia de um sobrevivente de campo de concentração gay, foi publicada. No ano seguinte, a primeira organização de direitos gays da Alemanha do pós-guerra, Homosexuelle Aktion Westberlin (HAW), recuperou o triângulo rosa como símbolo de libertação.
“Na sua essência, o triângulo rosa invertido representava um pedaço da nossa história alemã que ainda precisava ser tratado”, disse Peter Hedenström, um dos membros fundadores da HAW em 2014.

De símbolo de opressão a símbolo de Orgulho
O triângulo rosa invertido começou posteriormente a surgir noutros círculos LGBTI um pouco por todo o mundo. Em 1986, seis ativistas da cidade de Nova Iorque criaram um póster com as palavras SILENCE = DEATH (SILÊNCIO = MORTE) e um triângulo rosa, destinado a chamar a atenção para a crise da pandemia do VIH/SIDA que dizimava populações inteiras de homens gays nos Estados Unidos da América. O póster foi de imediato adotado pela organização ACT UP e tornou-se num símbolo do movimento de combate ao VIH/SIDA.

O triângulo rosa invertido continua a figurar proeminentemente em imagens de várias organizações e eventos LGBTI nos dias de hoje. Desde a década de 1990, placas com um triângulo rosa fechado num círculo verde têm sido usadas como um símbolo que identifica “espaços seguros” para pessoas LGBTIQ. Existem memoriais em forma de triângulo rosa em São Francisco e Sidney que homenageiam vítimas LGBTI do Holocausto. Em 2018, para o Mês do Orgulho, a Nike lançou uma coleção de sapatos com triângulos rosa.
Embora o triângulo rosa tenha sido recuperado como um símbolo de força e Orgulho, é também, em última análise, uma lembrança para nunca esquecermos o passado e reconhecer a perseguição que as pessoas LGBTI ainda enfrentam em todo o mundo.
Fonte: History.

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