Ativistas na Geórgia cancelaram a Marcha do Orgulho LGBTI na capital Tiblíssi após confrontos violentos antes do evento. Grupos violentos invadiram e saquearam o escritório de ativistas dos direitos das pessoas LGBTI no país esta segunda-feira, confirmaram as autoridades.
Ativistas postaram fotos e vídeos de pessoas a invadir o local [acima imagens, abaixo vídeo].
Após atos violentos entre grupos anti-LGBT e a polícia, a organização da Marcha do Orgulho de 2021 cancelou o evento por motivos de segurança: “As autoridades não garantiram a segurança da comunidade e das pessoas aliadas.“
“Não podemos ir às ruas cheias de pessoas violentas apoiadas pelas autoridades e pelo patriarcado e colocar a vida das pessoas em risco“, rematando que “a guerra foi declarada contra a sociedade civil e os valores democráticos.“
A organização disse que comunicou “ativamente” com o Ministério do Interior da Geórgia sobre segurança antes da marcha. “As ações do Governo mostraram claramente que não querem cumprir o seu dever direto“, concluiu a organização. “A inação do poder executivo colocou a saúde e a vida das pessoas cidadãs da Geórgia em real perigo.“
Ativistas também pediram à comunidade internacional que se opusesse a “grupos radicais” e vozes anti-LGBTI e pró-Rússia na Geórgia.
O país permanece sob a influência da poderosa Igreja Ortodoxa, que tem sido uma voz crítica de governos considerados muito progressistas.
O próprio primeiro-ministro Irakli Garibashvili manifestou-se contra o evento, ao afirmar que realizar uma Marcha do Orgulho “não é razoável” e criaria “a ameaça de confronto civil“. Comentários que a organização considerou “vergonhosos“.
De igual forma, o Instituto Internacional de Imprensa (IPI) condenou hoje fortemente a violência em massa contra jornalistas que relatavam protestos anti-Orgulho na capital georgiana e exortou as autoridades a garantir que responsáveis sejam rapidamente identificados e processados.
Pelo menos 42 membros da comunicação social, incluindo jornalistas e pessoas operadoras de câmera, foram feridas.
Oito profissionais da comunicação social foram mesmo hospitalizadas depois de terem sofrido chutos e socos de manifestantes de extrema-direita no centro da cidade. Paus e garrafas foram jogados e equipamentos pertencentes a estações de TV foram roubados ou danificados.
Um manifestante tentou dirigir uma moto por uma multidão de jornalistas reunida na rua, enquanto fotos mostram um jornalista a ser arrastado pelas ruas por um padre ortodoxo.
“As cenas chocantes de violência contra jornalistas que cobrem protestos anti-Orgulho em Tiblíssi hoje são um ataque horrível e direto à liberdade de imprensa”, disse o vice-diretor do IPI, Scott Griffen. “Longe de ataques aleatórios, membros da imprensa foram destacados e agredidos por manifestantes com punhos, garrafas e paus. Este é um dos ataques mais graves à imprensa na Geórgia em anos e deve ser recebido com condenação internacional.“
“Instamos funcionários do governo, incluindo o primeiro-ministro, a denunciar imediatamente esses ataques horríveis contra a imprensa e a comunidade LGBTI, e que cuja organização da Marcha do Orgulho foi vergonhosamente responsabilizada [pelos ataques violentos]. As autoridades policiais devem fornecer um ambiente seguro para a comunicação social, trabalhar e garantir que todas as pessoas responsáveis pelos terríveis ataques de hoje sejam rapidamente identificadas e levadas à justiça.”

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