
O Uganda está a enfrentar pressão internacional para descartar o Projeto de Lei que criminaliza a homossexualidade.
Pessoas LGBTI+ poderão enfrentar até 20 anos de prisão, enquanto que as condenadas por “homossexualidade agravada” poderão ser executadas.
Em 2020, investigação descobriu que mais de 20 grupos conservadores dos EUA canalizaram pelo menos 54 milhões de dólares para países africanos desde 2007. Um dos maiores financiadores é a Fellowship Foundation, um grupo religioso com sede nos EUA que gastou mais de 20 milhões no Uganda.
Christian Rumu, da Amnistia Internacional, diz que estão a observar “pressão de redes conservadoras em todo o continente [africano].” E confirma que “existem atores externos – grupos evangélicos, por exemplo – a financiar essa agenda“. Observando outros projetos de lei, como no Gana, percebem-se as suas similaridades, o que denuncia alguma coordenação em torno da criminalização em todo o continente. Rumu diz que este investimento em África acontece porque estão a receber pouca tração no Ocidente.
As consequências desta interferência ocidental serão sentidas fortemente pela comunidade LGBTQ+ do Uganda. A comunidade enfrenta um “medo crescente da violência”, mesmo se o presidente do país, Yoweri Museveni, vetar o projeto de lei.
“É realmente preocupante ver que membros do parlamento estão a falhar o seu trabalho de introduzir legislação que proteja comunidades marginalizadas, como a comunidade queer no Uganda”, diz Rumu.
A Amnistia Internacional pede ao presidente que vete o projeto de lei e “cumpra a Constituição”.
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