Madonna faz História no Rio de Janeiro enquanto voz contra o idadismo e a LGBTIfobia

Madonna faz História no Rio de Janeiro enquanto voz contra o idadismo e a LGBTIfobia
Madonna e Pabllo Vittar durante a Celebration Tour no Rio de Janeiro.

Madonna faz História no Rio de Janeiro no sábado perante 1,6 milhões de pessoas em Copacabana. Assim foi o encerramento da digressão Celebration Tour.

A Celebration Tour culminou num espetáculo icónico no Rio de Janeiro, consolidando a influência de Madonna ao longo de quatro décadas e reafirmando a sua luta contra o idadismo. A 4 de maio de 2024, a Rainha do Pop conquistou o recorde do maior concerto individual de todos os tempos, com 1,6 milhões de pessoas presentes na Praia de Copacabana. No entanto, o significado desta apresentação ultrapassa os números.

Como acontece desde a icónica Blonde Ambition Tour, o concerto trouxe arte e política ao palco, desafiando ideais tradicionalistas que têm vindo a crescer um pouco por todo o mundo, Brasil incluido. Comentários provocantes, expressões ousadas e simulações que capturam a libertação sexual cruzaram-se com rituais religiosos em “Like a Prayer” e a celebração da cultura queer. Estes temas foram abordados por uma mulher que, apesar de ser constantemente criticada devido à idade, continua a rejeitar as limitações impostas pela sociedade.

De Bob The Drag Queen, a Pabllo Vittar e a Anitta, foram muitas as presenças em palco a acompanhar Madonna.

Madonna, aos 65 anos, desafiou as expectativas da indústria da música e do público, frequentemente lembrada que “passou do seu auge” e instada a retirar-se. Ao invés disso, usou esta digressão para provar que a idade não é um obstáculo à criação artística e à capacidade de desafiar estereótipos. A performance do Rio de Janeiro foi um triunfo sobre preconceitos e expectativas. Madonna abordou temas que desafiam as normas tradicionais, como a libertação sexual, religião e a cultura queer, com a paixão e energia que sempre a caracterizaram.

Madonna no Rio de Janeiro mostrou como continua a derrubar preconceitos através da sua força e arte

Num mundo onde as mulheres mais velhas são muitas vezes marginalizadas e desencorajadas a assumir o protagonismo, Madonna recusou ser limitada pela idade. Ela demonstra que uma mulher pode, e deve, permanecer criativa e ambiciosa em qualquer etapa da vida. A sua capacidade de orquestrar um espetáculo tão impactante e visualmente deslumbrante é uma mensagem poderosa, redefinindo as expectativas de como uma artista pode continuar a inovar e inspirar, independentemente da idade.

A apresentação no Rio de Janeiro não foi apenas uma celebração da música, mas uma aula prática sobre a importância da resistência ao idadismo. Madonna derrubou preconceitos ao mostrar ao mundo que ainda tem muito a oferecer, encorajando outras mulheres a seguir o seu exemplo e a desafiar as barreiras sociais.

Outra das suas batalhas mais antigas é a luta contra o estigma do VIH/SIDA que também teve presença na digressão. Madonna desde o início que se tem posicionado ao lado das pessoas que vivem com VIH. A própria perdeu inúmeros amigos nas décadas de 1980 e 1990 e desde então que tem lançado campanhas de formação e de empatia. “Live To Tell” foi cantada perante inúmeras fotografias de pessoas que faleceram vítimas da doença.

O legado de Madonna não se resume assim apenas ao recorde de 1,6 milhões de pessoas que foram vê-la no Rio de Janeiro. O verdadeiro impacto do seu concerto está na redefinição de como vemos a longevidade das mulheres na música, promovendo uma nova mentalidade onde o talento e a criatividade não têm prazo de validade.

Deixa uma resposta