Estudo volta a confirmar que crianças de famílias homoparentais estão bem 25 anos depois

ARGENTINA-LGBT-PARADE

O Estudo Nacional da Família Lésbica Longitudinal (National Longitudinal Lesbian Family Study – NLLFS) tem acompanhado um grupo de famílias homoparentais constituídas por casais de lésbicas desde que estas começaram a planear ser mães no final dos anos 80 e início dos anos 90. Essas crianças têm agora cerca de 25 anos e pesquisa confirma, mais uma vez, que estão bem.

Quando comparadas com os seus pares que foram criados por casais heterossexuais, a pesquisa não encontrou diferenças significativas em relação ao “funcionamento adaptativo (família, amigos, cônjuges ou parceiras e desempenho escolar ou profissional), problemas comportamentais ou emocionais ou saúde mental”.

Em suma, o estudo mais antigo sobre homoparentalidade concluiu que as crianças criadas por casais do mesmo sexo são praticamente iguais às criadas por casais de sexo diferente. É certo que o NLLFS possui algumas limitações, incluindo a inexistência de casais do sexo masculino, falta de aleatoriedade na amostra e diversidade racial e económica nas famílias estudadas. No entanto, o estudo concorda com inúmeros outros estudos que retiraram a mesma conclusão: que crianças criadas por famílias do mesmo sexo são crianças globalmente saudáveis.

Por exemplo, um estudo de 2016 que contou com uma amostra aleatória de famílias do mesmo sexo descobriu que não houve diferença nos resultados para as crianças, embora tenha encontrado níveis mais elevados de stress nos casais do mesmo sexo – por questões exteriores ao núcleo familiar, como a homofobia. Mas o facto desse stress sentido no seio familiar não se traduzir em desfechos menos favoráveis ​​nas crianças demonstra a resiliência dessas famílias.

Outro estudo de 2016 incluiu uma mistura de casais de dois homens, duas mulheres e homens-mulheres recrutados por cinco agências de adoção e também recolheu feedback de professores das crianças para garantir que os pais e as mães não distorcessem os resultados. A pesquisa não encontrou diferenças entre nenhuma das famílias com base na orientação sexual do casal.

Um dos maiores estudos do mundo sobre famílias do mesmo sexo, realizado na Austrália, descobriu inclusive que as crianças criadas por casais do mesmo sexo eram na verdade mais felizes e saudáveis ​​do que as restantes.

Apesar de todas as evidências e da evolução jurídica em Portugal e noutros países do mundo, as famílias homoparentais continuam a ser descredibilizadas e colocadas em causa constantemente. Mas a verdade encontrada neste e noutros estudos nas últimas décadas mostra o consenso científico sobre a validade das famílias homoparentais. A mais recente pesquisa é apenas a cereja no topo do bolo.

Fontes: Think Progress e Imagem.


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Respostas de 6 a “Estudo volta a confirmar que crianças de famílias homoparentais estão bem 25 anos depois”

  1. […] totalmente validados quer clinica como psicologicamente, apesar da sua negação perante décadas de estudos científicos, podem ser constituídos por pessoa singular ou casal (onde até estão incluídas em larga escala […]

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  3. […] contrário, todos os estudos feitos até hoje indicam que não existe qualquer diferença entre as crianças filhas de pais heterossexuais ou […]

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  4. […] de um casal afetou a estabilidade das suas relações e para comparar o desempenho académico de crianças criadas por casais do mesmo sexo e de sexo diferente. Desta vez, foram usados os dados para fornecer um teste robusto do efeito da ordem de nascimento […]

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  5. […] novo estudo apoia pesquisas anteriores e conclui que o desenvolvimento de uma criança não se relaciona com a orientação sexual ou […]

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  6. […] ciência diz-nos que não há diferenças na competência parental entre casais heterossexuais e casais do mesmo sexo. O desafio maior está, sim, em elementos externos como o estigma social. Muitas destas famílias […]

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